Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, inauguraram nesta terça-feira (22) uma estátua de Fidel Castro em Moscou.
No ato, ambos os líderes prometeram aprofundar os laços entre os dois países - aliados durante a Guerra Fria - para fazer frente às sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra Moscou e Havana.
Fidel Castro, que assumiu o poder em 1959, não é homenageado com estátuas em sua terra natal porque queria evitar culto à personalidade, segundo afirmou seu irmão, Raul Castro. Putin, no entanto, disse que ordenou a construção do monumento porque queria "evocar a memória" do ex-líder cubano.
No ato, o presidente russo disse a Dáaz-Canel que os dois países precisam construir novos laços "sobre a base sólida de amizade" estabelecida entre Castro e os líderes soviéticos.
"É uma verdadeira obra de arte - dinâmica, em movimento, avançando. Cria a imagem de um lutador", disse Putin sobre a estátua, que retrata Castro olhando para longe com as mãos nos quadris.
Díaz-Canel declarou no ato achar que a imagem "reflete a personalidade de Fidel na luta, como nos encontramos hoje na luta".
Afetada por uma série de sanções aplicadas por países ocidentais por conta da guerra na Ucrânia, a Rússia vem buscando fortalecer laços políticos e econômicos com outros países que se opõem ao que o Kremlin chama de hegemonia dos Estados Unidos.
Cuba está sob embargo econômico dos Estados Unidos desde 1962, após a revolução comunista liderada por Castro.
Em um evento no mesmo dia no Parlamento da Rússia, Díaz-Canel se disse solidário à situação do país.
"As razões do atual conflito nesta zona devem ser buscadas na política agressiva dos Estados Unidos e na expansão da Otan para as fronteiras da Rússia", afirmou o cubano.
Sob Castro, Cuba era uma aliada próxima de Moscou e se viu no centro de uma das mais graves crises da Guerra Fria quando, em 1962, os Estados Unidos detectaram a construção de bases de lançamento soviéticas na ilha caribenha para o lançamento de mísseis balísticos capazes de de atingir as cidades norte-americanas.
O impasse resultante, conhecido como Crise dos Mísseis de Cuba, levou os Estados Unidos e a União Soviética à beira de uma guerra nuclear.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse no mês passado que o mundo estava mais perto do "Armagedom" do que em qualquer outro momento desde aquela data, já que o conflito na Ucrânia levantou temores de um confronto mais amplo entre a Rússia e a Otan. Os políticos russos também evocaram a crise cubana como um alerta do passado.
Questionado sobre possíveis paralelos, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: "As crises são diferentes, embora antes e agora estejamos falando sobre um choque entre nós e o Ocidente coletivo liderado pelos Estados Unidos".
Reuters
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