O Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou nesta quarta-feira (16) o embaixador da Polônia no país, Krzysztof Krajewski, devido às acusações "gratuitas" de que foi o Exército russo que lançou ontem o míssil antiaéreo que matou duas pessoas em território polonês.
"O embaixador polonês foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia", escreveu Maria Zakharova, porta-voz da pasta, em publicação no canal do Telegram.
Anteriormente, Zakharova havia questionado se Varsóvia não quer se desculpar por acusar a Rússia e convocar o embaixador após as primeiras análises indicarem que o míssil em questão era ucraniano.
"Temos certeza de que uma investigação imparcial e a publicação de seus resultados serão capazes de desmascarar esta provocação", acrescentou o comunicado da pasta de Relações Exteriores russa.
Moscou afirma que, embora tenha fornecido dados "irrefutáveis" desde o início sobre o não envolvimento da Rússia no incidente, vários países da Otan e meios de comunicação espalharam declarações "gratuitas" de que "a culpada poderia ser a Rússia".
A pasta das Relações Exteriores russa enquadrou essas acusações na "campanha anti-Rússia" lançada pelo Ocidente em torno do conflito na Ucrânia.
Além disso, acusou Kiev de tentar culpar a Rússia por todos os erros para consolidar o apoio ocidental, quando "dados preliminares sobre este incidente apontam para a Ucrânia".
Nesta tarde, o presidente polonês, Andrzej Duda, assegurou que “é provável” que o míssil tenha sido “lançado pela Ucrânia” e acrescentou que “nada indica” que se tratou de um “ataque intencional contra a Polônia”.
Por sua vez, o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, afirmou que "o que posso dizer é que a maioria das evidências que coletamos mostra que não será necessário invocar o Artigo IV da Otan neste momento".
Na mesma linha, o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, disse que "não temos indicação de que isso foi resultado de um ataque deliberado e não temos indicação de que a Rússia esteja preparando ações militares ofensivas contra a Otan".
Por sua parte, a Ucrânia solicitou uma investigação conjunta e acesso ao local do acidente, além de ter reiterado suas acusações contra a Rússia.
EFE
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