O controle das duas câmaras do Congresso americano ainda está em aberto, mas a esperada surra que os democratas levariam dos republicanos não se concretizou.
A decepção ficou evidente no fim da noite na fisionomia azeda do ex-presidente Donald Trump, que seria consagrado o rei do partido, e nas palavras do veterano senador Lindsey Graham: “Definitivamente, não é uma onda republicana, com certeza.”
No início da manhã desta quarta-feira (9), a disputa no Senado estava empatada, com disputas acirradas em Nevada e Arizona e provavelmente um segundo turno na Geórgia. Os republicanos levavam vantagem na Câmara, embora com uma margem modesta e não devastadora, como o previsto nas pesquisas.
A expectativa pela aclamação de Trump se frustrou e deu vez a seu principal adversário republicano, o governador Ron DeSantis, que se reelegeu com uma vitória retumbante na Flórida. O ex-presidente passou os últimos dias zombando dele, criando um trocadilho para o seu nome – “santinho do pau oco”, na tradução em português.
DeSantis sai vitorioso com mais de 20 pontos de vantagem sobre o democrata Charlie Crist. E com outra vantagem: sem ajuda do ex-presidente, que endossou cerca de 300 candidatos nestas eleições e promete se lançar, na semana que vem, na disputa para a Casa Branca, dentro de dois anos.
Trump emplacou candidatos, como o negacionista eleitoral JD Vance para o Senado de Ohio. Mas sofreu derrotas na Geórgia, onde se empenhou para eleger o ex-jogador Herschel Walker para o Senado -- um declarado antiabortista que foi acusado de pagar duas mulheres para interromper a gravidez. Walker empatou com o senador democrata Raphael Warnock e deverá enfrentar nova disputa em dezembro.
Outro fiasco pessoal para o ex-presidente é o médico-celebridade Mehmet Oz, que perdeu a vaga no Senado pela Pensilvânia para o vice-governador John Fetterman, após uma dramática campanha. O democrata recupera-se de um derrame sofrido em maio, que deixou algumas sequelas, ironizadas de forma agressiva por Trump Jr., filho do ex-presidente.
“Um senador dos EUA não deveria ter um mingau no lugar do cérebro”, disse ele.
O panorama dessa apuração, ainda que indefinido, reflete o eleitorado profundamente dividido, que não foi às urnas para punir o atual presidente americano, ao contrário do que se esperava. O massacre republicano se dissipou, o que, por si só, representa um alívio para Biden. As ameaças de vingança anunciadas pelos adversários para destituí-lo, com investigações sobre os negócios de sua família, por ora, permanecem em suspenso.
AFP
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