A Rússia acusou o Reino Unido, nesta terça-feira (1º), de "dirigir e coordenar" as explosões de setembro que provocaram vazamentos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no Mar Báltico, construídos para transportar gás russo para a Europa.
"Nossos serviços de Inteligência têm provas que sugerem que o ataque foi dirigido e coordenado por especialistas militares britânicos", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
"Há provas de que o Reino Unido está envolvido em uma sabotagem, um ataque terrorista contra infraestruturas de energia vitais, não russas, e sim internacionais", completou Peskov. "Tais ações não podem ficar [sem resposta]. Vamos refletir sobre as medidas que devem ser adotadas", destacou, depois de denunciar "o silêncio inaceitável das capitais europeias".
O porta-voz do novo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que as acusações das autoridades russas tinham como objetivo "desviar" a atenção, o que "faz parte de seus métodos habituais".
No sábado (29), o Exército russo acusou o Reino Unido de envolvimento nos vazamentos de gás na infraestrutura do Nord Stream. As afirmações foram divulgadas depois de um ataque com drones ucranianos contra a frota russa do Mar Negro, na Crimeia, cujo planejamento Moscou também atribuiu a "especialistas britânicos".
"Falsas afirmações", reagiu, em Londres, o chefe da diplomacia britânica, James Cleverly.
Na segunda-feira (31), o ministro afirmou que as acusações russas estão "cada vez mais afastadas da realidade" e buscam "desviar a atenção do povo russo dos fracassos russos no campo de batalha".
Em 26 de setembro, foram detectados quatro grandes vazamentos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, perto da ilha dinamarquesa de Bornholm, dois na zona econômica da Suécia, e dois, na zona econômica da Dinamarca.
As inspeções submarinas preliminares reforçaram as suspeitas de sabotagem, porque os vazamentos foram precedidos de explosões.
Os gasodutos Nord Stream, que ligam a Rússia à Alemanha, estão no centro das tensões geopolíticas há vários anos, agravadas pela decisão de Moscou de cortar o abastecimento para a Europa.
AFP
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