Agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), da Guarda Nacional Bolivariana e da Polícia Nacional Bolivariana, corporações a serviço do governo de Nicolás Maduro, bloquearam o acesso e entraram no prédio da Assembleia Nacional Venezuelana, de maioria opositora, sob a alegação de que poderia haver uma bomba no local.
A ação iniciada na manhã desta terça-feira (14) foi noticiada pelo jornal oposicionista "El Nacional" e pela agência EFE. Fotos e vídeos foram publicados na conta oficial da Assembleia no Twitter.
Funcionários e deputados foram impedidos de entrar para verificar o que estava ocorrendo no interior do Palácio Legislativo. Casos semelhantes já ocorreram anteriormente, como em 5 de janeiro, quando, depois de uma longa revista, não foram encontrados explosivos.
O presidente da Assembleia Nacional e autodeclarado presidente interino, Juan Guaidó, sem citar nomes, atribuiu a ação a Maduro. “Covarde como ele é, ele faz com que sua perseguição política ameace não só os deputados eleitos pelo povo, mas também os trabalhadores da Assembleia”, declarou no Twitter.
“Ele acredita que o poder está em edifícios, em gavetas, em um monte de chaves. O poder que alguma vez tiveram perderam quando perderam o povo. A Assembleia Nacional foi eleita pelo povo e defenderá sua legitimidade!”, completou.
Discussão sobre perseguição política
Para esta terça-feira, estava previsto que o órgão Legislativo discutisse a "perseguição" contra deputados de oposição. Seria a primeira sessão a ser convocada desde que o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) acusou 10 deputados de vários crimes relacionados ao levante militar fracassado de 30 de abril, liderado pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó.
Desde então, a imunidade parlamentar de sete dos acusados foi suspensa e a Justiça determinou a prisão de um deles, o primeiro vice-presidente do Legislativo, Edgar Zambrano.
No debate desta terça, dois dos deputados acusados do fracassado levante militar, Henry Ramos Allup e Simón Calzadilla, deveriam se apresentar, apesar da possibilidade de serem presos.
Além disso, a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), órgão convocado por Maduro para legislar com maioria pró-governo, também teria sessão nesta terça.
G1
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