O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (27) que o uso de armas nucleares na Ucrânia "não faria sentido, seja em termos políticos ou militares" para seu país.
Putin ainda convocou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a visitar a Ucrânia "o mais rápido possível", já que, segundo ele, Kiev estaria apagando as provas de que está preparando uma "bomba suja".
"A AIEA quer vir (...). Somos a favor, o mais rápido e da forma mais ampla possível, pois sabemos que as autoridades de Kiev fazem todo o possível para cobrir os rastros desses preparativos", afirmou Putin, no Clube de Discussão Valdai, entidade ligada ao governo russo com sede em Moscou.
Uma bomba suja é uma bomba convencional, à qual se adiciona material radioativo, biológico, ou químico, que se espalha na explosão. Há vários dias, a Rússia acusa a Ucrânia de preparar esse tipo de bomba.
"Dei (ao ministro da Defesa Serguei) Shoigu a ordem de ligar para todos os seus colegas e informá-los", disse Putin.
Na última semana, em inúmeras ligações para seus colegas na França, Estados Unidos, Reino Unido, China e Índia, Shoigu insistiu nesse suposto plano.
Paris, Washington e Londres rejeitaram essa ideia, e o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, advertiu que a Rússia pode usar tais alegações como "pretexto" para uma escalada do conflito.
Kiev suspeita que a Rússia pode lançar esse tipo de bomba e acusar a Ucrânia para, com isso, justificar o uso de armas nucleares convencionais em um momento em que Moscou está acumulando reveses no sul e no leste do país invadido.
Direito de existir
"A próxima década será provavelmente a mais perigosa, imprevisível e, ao mesmo tempo, importante desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse Putin a membros do Clube de Discussão Valdai, acrescentando que a situação é "até certo ponto, revolucionária".
A atual ofensiva russa na Ucrânia é apenas parte dos "movimentos tectônicos em toda a ordem mundial", acrescentou.
"O período histórico do domínio exclusivo do Ocidente sobre os assuntos mundiais está chegando ao fim. O mundo unipolar está se tornando uma coisa do passado", continuou ele.
"Estamos em uma fronteira histórica", enfatizou. Segundo ele, as potências ocidentais são incapazes de "governar a humanidade por conta própria", embora "tentem desesperadamente fazê-lo". Ele ainda disse que "a maioria dos povos do mundo não pode mais suportar isso".
"Moscou está apenas defendendo seu direito de existir, enquanto os países ocidentais querem destruir e varrer a Rússia", conpletou.
R7, com informações da AFP
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