A Rússia acusou nesta quinta-feira (27) a Ucrânia de se retirar das negociações de paz em março "sob ordens" dos Estados Unidos, embora "um equilíbrio muito, muito difícil tenha sido alcançado" entre Kiev e Moscou.
"Na verdade, o texto estava pronto. (...) E então, de repente, o lado ucraniano desapareceu do radar, disse que não queria mais continuar as negociações", lamentou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, antes de afirmar que o presidente Vladimir Putin considerou "óbvio" que "tal rejeição dos acordos já estabelecidos ocorreu claramente por ordem dos EUA". "É totalmente óbvio", insistiu.
A imprensa questionou Peskov sobre as declarações feitas no dia anterior pelo presidente de Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, de que Putin estaria disposto a negociar com a Ucrânia.
Segundo Peskov, a Rússia está "pronta para garantir seus interesses na mesa de negociações. Nós queremos, mas neste caso específico, estamos falando de total relutância por parte da Ucrânia", disse o porta-voz.
O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, descartou rapidamente a possibilidade de negociar com Moscou e denunciou uma "retórica preparada" de Putin.
No fim de setembro, foi mais categórico e disse que não negociaria com a Rússia enquanto Putin fosse seu presidente.
As negociações entre Kiev e Moscou estão paralisadas desde março, e ambas as partes trocam acusações pelo bloqueio.
R7
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