O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a invasão russa da Ucrânia põe em risco o significado da ONU, durante seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, nesta quarta-feira (21).
“Se as nações podem perseguir suas ambições imperiais sem consequências, então pomos em risco tudo o que essa instituição representa."
Ele acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de fazer uma guerra "brutal e desnecessária” e que a Rússia, ao invadir seu vizinho, "violou descaradamente os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”.
"Um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas invadiu seu vizinho, tentou apagar um Estado soberano do mapa. A Rússia violou descaradamente os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas", disse Biden.
Segundo ele, a guerra acontece para "extinguir o direito da Ucrânia de existir como um Estado e o direito dos ucranianos de existiram como povo".
Biden disse que os EUA escolheram a "liberdade" e os "princípios" das Nações Unidas ao ficarem ao lado da Ucrânia e se voltarem contra a Rússia.
Durante o discurso, o líder americano também reforçou que Moscou está fazendo ameaças "irresponsáveis" de usar armas nucleares.
"Uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada", disse Biden.
Mais cedo nesta quarta-feira, Putin ordenou uma mobilização russa para lutar na Ucrânia e fez uma ameaça velada de usar armas nucleares, no que a Otan chamou de um ato "imprudente" de desespero diante da iminente derrota russa.
Além disso, Biden ressaltou a grave crise alimentar que o mundo enfrenta e a crescente insegurança alimentar, e afirmou que Washington apoia a expansão do Conselho de Segurança da ONU para representar melhor áreas como África e América Latina.
"Os Estados Unidos apoiam aumentar o número de representantes permanentes e não permanentes do Conselho", disse o presidente americano à Assembleia-Geral da ONU. "Isso inclui assentos permanentes para aquelas nações que apoiamos durante muito tempo, assentos permanentes para países da África, América Latina e Caribe. Os Estados Unidos estão comprometidos com esse trabalho vital", acrescentou.
Ele ainda garantiu que o país americano não está buscando um "conflito" com a China, apesar das tensões entre os dois gigantes econômicos, particularmente em relação a Taiwan.
"Deixe-me ser muito direto sobre a competição entre os Estados Unidos e a China", disse o presidente dos EUA do pódio da Assembleia-Geral da ONU. "Os Estados Unidos não estão procurando um conflito. Os Estados Unidos não estão procurando uma Guerra Fria" com a China, enfatizou.
AFP
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