Ao menos 11 crianças morreram em um ataque aéreo que destruiu uma escola em um vilarejo do norte de Mianmar, informou nesta terça-feira (20) o Unicef, enquanto o exército acusa as milícias locais de utilizar os civis como escudos humanos.
"Em 16 de setembro, ao menos 11 crianças morreram em consequência de um ataque aéreo e de tiros indiscriminados em áreas civis, incluindo uma escola em Depeyin, na região de Sagaing", afirmou o Unicef Mianmar.
"Ao menos 15 crianças da mesma escola estão desaparecidas. Pedimos a libertação imediata e segura", acrescentou o organismo da ONU.
Um vídeo obtido com uma associação local mostra manchas de sangue no chão da escola e o corpo de uma criança, envolto em um lençol, junto com sua mãe de luto.
A junta militar birmanesa confirmou na terça-feira "que várias pessoas morreram e ficaram feridas no vilarejo" durante uma operação que envolveu diversos helicópteros.
O "Tatmadaw" (nome das Forças Armadas birmanesas) acusa as milícias locais de utilizar os civis como escudos humanos e de cometer crimes de guerra.
No decorrer da operação, as Forças Armadas também apreenderam 23 minas e oito bombas de fabricação caseira.
A comunidade internacional "deve condenar este ataque e fazer todo o possível para que os culpados prestem contas", reagiu Hassan Noor, diretor para a Ásia da ONG Save the Children.
"Pedimos à ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) que atue. Quantos incidentes como este devem acontecer antes da adoção de medidas?", acrescentou.
Desde o golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2021 que derrubou a dirigente civil Aung San Suu Kyi, o exército executa uma repressão violenta contra seus opositores, com quase 2.300 civis mortos e mais de 15.000 detidos, segundo uma ONG local.
France Presse
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