O governo de Israel convocou o embaixador do Chile no país para uma "conversa de repreensão" em protesto contra a decisão do presidente da nação sul-americana, Gabriel Boric, que se recusou na última quinta-feira (15) a receber o embaixador israelense, Gil Artzyeli, no Palácio de La Moneda.
"Israel vê com gravidade o comportamento desconcertante e sem precedentes do Chile", indicou o Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio de comunicado. "Prejudica seriamente as relações entre os países", completou a nota oficial.
Artzyeli havia sido convocado a entregar as credenciais ao presidente, mas segundo a mídia chilena, Boric teria recusado a visita após ser informado do suposto assassinato de um adolescente palestino em uma operação do Exército israelense.
Segundo relatos, esse fato fez com que a ministra das Relações Exteriores chilena, Antonia Urrejola, informasse o embaixador da decisão do presidente de adiar a apresentação de credenciais.
Diante disso, o embaixador chileno em Israel, Jorge Carvajal, foi convocado para ir neste domingo (18) à sede da diplomacia israelense para uma "conversa de repreensão", em que será apresentado o posicionamento sobre o assunto.
Fontes da chancelaria chilena confirmaram à Agência Efe que, após a negativa de Boric, a subsecretária de Relações Exteriores do Chile, Ximena Fuentes, se reuniu com o embaixador israelense.
O episódio gerou tensão diplomática entre os dois países. A senadora Carmen Gloria Aravena, presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Chile-Israel, formado por outros 14 senadores de diferentes bancadas, declarou que o ocorrido "não é apenas uma afronta a um país com o qual o Chile mantém uma longa e estreita amizade, mas também põe em risco as relações bilaterais".
Com mais de 500 mil pessoas, o Chile é o país com a maior comunidade palestina fora do mundo árabe.
EFE
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