A Noruega, que era a maior doadora de um fundo para combater a devastação na Amazônia, convocou algumas de suas empresas que têm atividades no Brasil para garantir que elas não contribuam com a destruição do bioma.
Representantes da empresa de óleo e gás Equinor, da fertilizante Yara, e a produtora de alumínio Norsk Hydro (essas três são controladas pelo governo norueguês) foram a um encontro nesta terça (27) com o ministro do Meio Ambiente, Ola Elvestuen, para discutir as queimadas na Amazônia.
A Norsk Hydro é dona de uma fábrica no Pará e, em fevereiro de 2018, uma barragem dela com rejeitos de bauxita contaminou a região da cidade de Barcarena.
“Eles precisam estar conscientes de sua cadeia de fornecedores e garantir que não contribuem para o desmatamento”, disse Elvestuen.
Organizações não-governamentais e o fundo de pensão KLP também participaram do encontro para discutir o assunto e como resolvê-lo.
Fim do Fundo Amazônia
Em agosto, os noruegueses suspenderam doações ao Fundo Amazônia, depois que o governo brasileiro bloqueou as operações que eram beneficiadas pela verba.
A Noruega teve uma parceria com o Brasil para proteger a floresta amazônica durante mais de uma década, e já desembolsou cerca de US$ 1,2 bilhão para o Fundo Amazônia, do qual é, de longe, a maior doadora.
Pergunta, na terça (27) o que a Noruega fará com o dinheiro que antes ia para o Brasil, Elvestuen respondeu que não decidiu ainda.
A Equinor é uma das maiores produtoras de petróleo em território brasileiro, e o país deverá ser a maior fonte de óleo fora da Noruega da empresa. O representante da empresa presente no encontro não quis fazer comentários.
Depois, a Equinor afirmou que é importante que a Amazônia seja protegida, e disse que não tem atividade na região, mas, sim, em exploração de óleo no mar brasileiro e em usinas de energia solar.
“Nós garantimos que nossos fornecedores não têm um impacto negativo na Amazônia”, afirmou um um porta-voz da empresa.
A Hydro tem uma fábrica, Alunorte, no estado do Pará, que transforma bauxita em alumina, um pó branco usado para a produção de alumínio em fundições. A Yara produz fertilizantes e fornece produtos químicos aos produtores agrícolas do Brasil.
Nenhuma das duas comentou.
Fundo de pensão
Separadamente, o KLP, um fundo de pensão com US$ 80 bilhões em ativos (cerca de R$ 330 bilhões, na cotação atual), disse que buscou empresas norte-americanas em que investiu que tem negócios com brasileiros para que elas peçam “ações concretas”.
A KLP diz ter conversado sobre o tema com as empresas Bunge, Cargill e Archer Daniels Midland
Reuters
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