Novembro 27, 2024

'Futuro do mundo está sendo decidido na Ucrânia', diz Zelenski

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse ao Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (24) que "o futuro do mundo está sendo decidido na Ucrânia" e advertiu que, se a Rússia vencer o conflito, levará a guerra para outros países.

"Nossa independência é sua segurança, a segurança do mundo inteiro", frisou Zelenski em um discurso por videoconferência, durante uma reunião que coincide com os seis meses do início da invasão russa de territórios ucranianos.

O político insistiu que a Rússia deve retirar as tropas de seu país e ser responsabilizada pela ofensiva militar.

Zelenski enfatizou o impacto internacional da guerra, tanto para o futuro, devido ao precedente que poderia criar, como para o presente imediato, por causa dos efeitos sobre a crise mundial de alimentos e energia e do risco de um desastre nuclear.

Nesse sentido, ele acusou a Rússia de "colocar o mundo à beira de uma catástrofe radioativa", por ter transformado "em uma zona de combate" a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que está sob o controle das forças russas quase desde o início da guerra.

Segundo Zelenski, a Rússia está fazendo uma "provocação" com bombardeios e o envio de "terroristas" à área da usina, ameaçando assim toda a Europa e outras regiões vizinhas.

O líder ucraniano – assim como fez nesta terça-feira (23) o embaixador do país na ONU, Sergiy Kyslytsya – apoiou o envio de uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a Zaporizhzhia e pediu que a agência assuma o "controle permanente" das instalações.

Zelenski falou ao Conselho de Segurança por videoconferência, apesar das tentativas de última hora da Rússia de impedi-lo, argumentando que, como todo mundo, o presidente ucraniano deveria estar no local da reunião presencialmente, em vez de discursar virtualmente.

Entretanto, nenhum outro membro do Conselho apoiou essa posição quando o assunto foi submetido a votação: 13 países foram favoráveis ao meio usado por Zelenski para se pronunciar, a China se absteve e a Rússia foi a única contrária.

A sessão foi aberta pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que fez um balanço dos seis meses de guerra e de seus efeitos "devastadores".

"Milhares de civis foram mortos e feridos, incluindo centenas de crianças. Muitos outros perderam a família, amigos e entes queridos. O mundo tem visto graves violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário serem cometidas sem responsabilidade. Milhões de ucranianos perderam suas casas e seus pertences, tornando-se deslocados internos ou refugiados", lembrou.

Guterres advertiu que as necessidades humanitárias se multiplicarão com a chegada do inverno e enfatizou que os ucranianos precisam de "paz e precisam dela agora", mas ressaltou que deve ser uma paz que esteja de acordo com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional.

EFE
Portal Santo André em Foco

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