A China disparou "múltiplos" mísseis balísticos em águas perto de Taiwan nesta quinta-feira (4) como parte de seus exercícios militares, disse o Ministério da Defesa de Taiwan, condenando o que descreveu como "ações irracionais que minam a paz regional".

"O Partido Comunista da China disparou vários mísseis balísticos Dongfeng nas águas ao redor do nordeste e sudoeste de Taiwan aproximadamente às 13h56 (horário local)", disse o Ministério da Defesa em um breve comunicado.

Em uma demonstração de força, o governo chinês decidiu iniciar seus maiores exercícios militares em décadas em torno de Taiwan após uma visita à ilha da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi.

Os exercícios de tiro ao vivo começaram por volta das 12 horas (horário local) e durarão três dias até o mesmo horário de domingo, 7 de agosto, segundo a televisão estatal CCTV.

“Seis grandes áreas ao redor da ilha foram escolhidas para este exercício de combate e durante esse período navios e aeronaves não poderão entrar nos espaços aéreos e marítimos”, acrescentou a CCTV.

Pelosi deixou Taiwan na quarta-feira (3) ao final de uma visita de menos de 24 horas que irritou Pequim, que considera a ilha parte de seu território.

A presidente da Câmara, segunda na linha de sucessão presidencial, é a mais importante funcionária dos EUA a visitar Taiwan em 25 anos.

Pelosi garantiu que sua presença foi para “deixar claro, inequivocamente”, que os Estados Unidos “não abandonarão” Taiwan.

Em resposta, a China prometeu punir aqueles que a ofenderam e anunciou exercícios militares nas águas ao redor de Taiwan, que incluem algumas das rotas marítimas mais movimentadas do mundo.

Em Pingtan, uma ilha chinesa localizada perto da área dos exercícios, jornalistas da AFP viram por volta das 13h13 (horário local) vários projéteis não identificados subirem ao céu, seguidos por um rastro de fumaça branca.

Turistas que estavam na praia dessa ilha frequentada presenciaram os disparos. Pouco antes, helicópteros militares haviam sobrevoado a área na direção do Estreito de Taiwan.

AFP
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