Novembro 27, 2024

ONG diz que houve 148% de aumento nos registros de tortura na Venezuela

A ONG Programa Venezuelana de Educação Ação em Direitos Humanos (Provea) divulgou nesta quarta-feira (11) que há registro de aumento em 148% dos casos de tortura na Venezuela entre janeiro e dezembro de 2021.

Os dados constam em um relatório anual apresentado pela organização não governamental.

"No direito à integridade pessoal, foi possível registrar durante 2021, 241 supostas vítimas de tortura no nível pessoal, isso significa um grande aumento de 148% na comparação com o ano anterior", afirmou Lissette González, coordenadora da pesquisa da ONG, durante a apresentação do relatório, em Caracas.

De acordo com a representante da organização, o Corpo de Investigações Científicas Penais e Criminalísticas (CICPC) foi o órgão de segurança mais denunciado por estes casos.

Além disso, González indicou que, em 2021, a organização registrou 441 pessoas vítimas de tratamento cruel, desumano e degradante.

"Os locais de onde há mais denúncias é a sede da CIPC, em El Hatillo, e a DGCIM (Direção Geral de Contrainteligência Militar), em Boleíta", disse a coordenadora, em referência a unidades que ficam no estado de Miranda.

González garantiu que as denúncias de maus tratos estão aumentando, "apesar do acompanhamento que estão fazendo os órgãos de monitoramento internacional e, sobretudo, ao início da investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI)”.

Sobre as execuções ilegais, a ONG documentou que as forças de segurança e militares causaram a morte de 1.414 pessoas, o que representa uma queda de 46,6% na comparação com 2020, quando foram contabilizadas 3.034 vítimas.

O coordenador geral da Provea, Rafael Uzcátegui, acrescentou que, em 2021, foram documentaram 711 situações de violação ao direito da liberdade pessoal e 19 detenções no contexto de protestos, o que implica em outra "diminuição importantíssima" na comparação com o ano anterior.

Para o representante da ONG, o governo da Venezuela quer "fingir bom comportamento" par ter elementos favoráveis que permitam "reforçar uma narrativa", o que admite ser insuficiente para falar em melhoria.

"Não é sustentável, se não há modificações estruturais na política de administração de justiça, na atuação das forças policiais", garante Uzcátegui.

EFE
Portal Santo André em Foco

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