O naufrágio do principal navio da Rússia no mar Negro, o cruzador Moskva, deixou 37 mortos, segundo o portal independente russo Meduza, que cita fontes anônimas.
A bordo do navio – que, segundo fontes militares, afundou após ser atingido por dois mísseis Neptune – viajavam cerca de 500 pessoas, das quais aproximadamente 100 ficaram feridas. O número de desaparecidos ainda é desconhecido.
O portal Meduza, que foi declarado "agente estrangeiro" e bloqueado pelo governo russo em março, mas que continua operando da Letônia, cita como fonte dessas informações "uma pessoa no comando" da Marinha no mar Negro.
O afundamento do Moskva aconteceu na semana passada e foi confirmado pelo Ministério da Defesa russo, embora até agora não tenham sido especificadas as circunstâncias. Horas antes, Kiev relatou várias explosões no navio, causadas pelo impacto de mísseis ucranianos.
O navio tentou ser rebocado para um porto seguro, enquanto o comando russo assegurava que a tripulação tinha sido evacuada. Moscou finalmente confirmou o afundamento, o qual atribuiu às "circunstâncias" decorrentes de uma tempestade.
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung afirma na edição desta terça-feira (19), com base em fontes russas em anonimato, que havia recrutas a bordo do Moskva, ao contrário do que dizem as versões oficiais do Kremlin.
As fontes também negam que toda a tripulação do Moskva tenha sido resgatada.
"É uma mentira, uma mentira vulgar e cínica", escreveu Dimitri Schkrebes na rede social russa VKontakte sobre a versão oficial do Kremlin.
Segundo o jornal, o filho mais velho de Schkrebes, Jegor, foi recrutado no fim do ano passado, em Yalta, para cumprir o serviço militar a bordo do Moskva, onde serviu como cozinheiro.
O jornal afirma que alguns jornalistas se referiram a um artigo em uma publicação da Marinha russa de dezembro passado, no qual aparece uma foto de Jegor Schkrebes, que é identificado como cozinheiro.
Dimitri Schkrebes afirma que o seu filho faz parte de uma lista de membros desaparecidos da tripulação do Moskva.
O jornal russo Novaya Gazeta, que suspendeu a publicação na Rússia e tem agora uma edição online europeia, publicou no fim de semana passada o relato de uma mulher cujo filho também serviu a bordo do Moskva, segundo ela.
A mulher, que não quis se identificar por medo de represálias, afirmou que o filho sobreviveu, telefonou da Ucrânia na sexta-feira passada e disse a ela que cerca de 40 pessoas tinham morrido, muitas haviam ficado feridas e outras estavam desaparecidas.
EFE
Portal Santo André em Foco
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