A Assembleia-Geral da ONU voltou a pedir, nesta quinta-feira (24), o "fim imediato" das hostilidades da Rússia contra a Ucrânia, assim como "qualquer ataque contra civis e alvos civis", na segunda resolução em menos de um mês, que não é vinculante.
Com 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções, a comunidade internacional aprovou por esmagadora maioria essa nova resolução, apresentada pela Ucrânia e promovida por México e França, sobre as "consequências humanitárias da agressão" russa.
Belarus, Coreia do Norte, Eritreia, Síria e Rússia votaram contra, como fizeram na primeira resolução adotada em 2 de março. China, Bolívia, Cuba, El Salvador, Nicarágua e Irã são alguns dos 38 países que se abstiveram nesta votação.
Em um mês, a guerra no Leste Europeu provocou o deslocamento de 10 milhões de pessoas, entre elas 3,5 milhões refugiadas, metade das quais crianças.
Uma segunda resolução sobre a situação humanitária proposta pela África do Sul, em cujo texto não foi mencionada a Rússia — desejo de alguns países, liderados por Moscou, que afirmam que o conflito não deve ser "politizado" — foi rejeitada por 67 votos contra, 50 a favor e 36 abstenções.
O embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, tentou evitar a votação da segunda resolução, considerando que o texto "nunca foi produto de consultas com a Ucrânia ou consultas regionais", ao contrário da primeira.
Esta é a segunda derrota consecutiva sofrida pela Rússia após na véspera a resolução apresentada por esse país, também sobre a situação humanitária, ser rejeitada no Conselho de Segurança, que só obteve os votos positivos do representante de Moscou e da China, enquanto o os restantes 13 membros se abstiveram.
Em 2 de março, em uma decisão histórica, 141 países votaram a favor de outra resolução condenando a invasão russa contra 35 abstenções (incluindo China, Cuba, Nicarágua, El Salvador, Bolívia, Índia, Irã, Iraque, Cazaquistão ou Paquistão) e cinco votos contra (Coreia do Norte, Síria, Belarus, Eritreia e a própria Rússia).
Nesta quinta-feira, outras importantes reuniões estão sendo realizadas para discutir o confronto entre russos e ucranianos.
O presidente americano Joe Biden viajou para Bruxelas, em seu primeiro compromisso na Europa desde o início da invasão russa, para participar de encontros com a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), com a União Europeia e com o G7, grupo das sete maiores economias do mundo.
Fala de Zelenski na Otan
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, falou na assembleia da Otan e pediu que a aliança envie equipamentos militares para ajudar na defesa do país contra o Exército russo.
"Vocês poderiam nos dar 1% de todos os seus aviões, 1% de seus tanques. Um por cento! Vocês têm pelo menos 20.000 tanques! A Ucrânia pediu que um por cento, um por cento de todos os seus tanques fossem doados ou vendidos para nós. Mas ainda não temos uma resposta clara", declarou o líder ucraniano.
O secretário-geral da Otan afirmou na sequência que vai enviar mais tropas para a região e se comprometeu a dar o suporte necessário para que a Ucrânia se defenda de ataques biológicos, químicos, nucleares e cibernéticos
AFP
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