A Rússia começou a retirar de regiões de fronteira com a Ucrânia algumas das tropas que faziam exercícios militares e os soldados estão voltando para suas bases, disse o Ministério de Defesa do país nesta terça-feira (15).
De acordo com a agência Interfax, o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, afirmou que os grandes exercícios militares na região não terminaram, mas que soldados de distritos do Sul e Oeste completaram as manobras e vão começar a voltar para as bases. Não foi especificado quantos soldados devem sair da área.
Governo russo confirma retirada
Rússia continuará diálogo com Ocidente, diz chanceler
Putin recebe Scholz
Rússia inicia exercícios navais no Mar de Barents
Rússia responderá se cidadãos russos forem mortos no leste da Ucrânia, diz agência
Otan pede que Rússia prove intenção de amenizar tensões com ações no terreno
Parlamento da Rússia pede a Putin que reconheça regiões separatistas do leste da Ucrânia
Bom sinal, diz Scholz
Os Estados Unidos e o Reino Unido têm avisado que a Rússia pode estar se preparando para invadir a Ucrânia a qualquer momento.
A ministra de Relações Exteriores do Reino Unidos, Liz Truss, disse que só acredita que a Rússia não pretende invadir a Ucrânia se ela vir uma retirada completa das tropas das regiões de fronteira.
Imagens de vídeo divulgadas pelo Ministério de Defesa da Rússia e publicadas pela agência de notícias RIA mostram alguns tanques sendo carregados em vagões de trens.
O ministério afirmou que vai usar caminhões para carregar uma parte do material, e que as tropas vão marchar até as bases.
'Queremos guerra? Claro que não', diz Putin
O presidente russo Vladimir Putin disse nesta terça que a Rússia não quer uma guerra na Europa, mas descreveu a situação das regiões separatistas como um genocídio, e afirmou que o conflito precisa ser resolvido pelos termos do Tratado de Minsk.
Em uma entrevista coletiva, ele afirmou que a Rússia decidiu retirar parte de suas tropas para possibilitar mais discussões com os países do Ocidente.
"Queremos [uma guerra], ou não? É claro que não. Por isso, apresentamos nossas propostas para um processo de negociação", afirmou ele.
No entanto, ele disse que não houve ainda uma resposta construtiva para as demandas russas.
Governo russo confirma retirada
O governo russo confirmou o início da retirada de suas tropas estacionadas na fronteira com a Ucrânia, ressaltando que os exercícios são normais e denunciando o que chama de "histeria" ocidental diante de uma suposta invasão do país vizinho.
"Sempre dissemos que depois das manobras as tropas voltarão para seus quartéis de origem. E é isso que está acontecendo agora. É o procedimento habitual", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, à imprensa.
Ele afirmou que no futuro Moscou vai organizar "mais exercícios em toda Rússia" e reivindicou o direito do país a organizar manobras em seu território.
No momento em que os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, afirmam que a Rússia prepara uma invasão da Ucrânia, Peskov denunciou uma "campanha absolutamente sem precedentes destinada a provocar tensões".
"Este tipo de histeria não tem nenhum fundamento", disse o porta-voz.
A Rússia concentrou mais de 100 mil soldados em regiões de seu território próximas das fronteiras com a Ucrânia. Além disso, enviou militares para a Belarus para exercícios militares que devem terminar no dia 20 de fevereiro. Assim, a Ucrânia está quase completamente circulada por militares russos.
O governo russo negou que tem planos para atacar o país vizinho, mas exige garantias legais que a Ucrânia não vai integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Rússia continuará diálogo com Ocidente, diz chanceler
A Rússia continuará seu diálogo com o Ocidente sobre questões de segurança e está pronta para conversações separadas sobre mísseis nucleares de alcance intermediário, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta terça.
Falando após conversações com o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, em Moscou, Lavrov descartou como "terrorismo de informação" as informações de que a Rússia está planejando uma invasão na Ucrânia.
Putin e Scholz
Nesta terça-feira, o presidente russo Vladimir Putin recebeu o chanceler alemão Olaf Scholz em Moscou para tentar solucionar a crise.
Os países ocidentais ameaçam Moscou com sanções sem precedentes em caso de ataque ao território ucraniano. Estados Unidos e outros países também enviaram reforços militares para o leste da Europa.
O líder da Alemanha disse durante entrevista coletiva após encontro com Putin que as opções diplomáticas para evitar uma guerra não foram esgotadas. “Nós ouvimos agora que algumas tropas foram retiradas, e isso é um bom sinal, esperamos que haja mais”, disse ele.
Segundo Scholz, deve ser possível encontrar uma solução, não importa a dificuldade e seriedade da situação.
Exercícios navais no Mar de Barents
Mais de 20 navios da Frota Norte da Rússia iniciaram exercícios militares no Mar de Barents, disse a frota segundo a agência de notícias Interfax nesta terça-feira.
Os exercícios nas águas árticas entre a Rússia e a Noruega fazem parte de manobras mais amplas que provocaram temores de que Moscou pudesse invadir a Ucrânia. A Rússia nega tais planos.
Otan pede ações
O secretário-geral da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, saudou nesta terça os sinais de que a Rússia pode estar procurando uma solução diplomática em meio a uma acumulação militar na fronteira com a Ucrânia, mas pediu que Moscou demonstre sua vontade de agir.
"Há sinais de Moscou de que a diplomacia deve continuar. Isto dá motivos para um otimismo cauteloso. Mas até agora não vimos nenhum sinal de desescalada no terreno do lado russo", disse Stoltenberg aos repórteres antes de uma reunião de dois dias dos ministros da Defesa da aliança em Bruxelas.
"A Rússia acumulou uma força de combate na Ucrânia e em seus arredores sem precedentes desde a guerra fria. Tudo está agora pronto para um novo ataque. Mas a Rússia ainda tem tempo para se afastar da crise, parar de se preparar para a guerra e começar a trabalhar por uma solução pacífica", disse Stoltenberg, chamando a situação atual de "a mais grave crise de segurança que enfrentamos na Europa durante décadas".
Reconhecimento de regiões separatistas
A câmara baixa do Parlamento russo votou nesta terça-feira para solicitar a Putin que reconheça duas regiões separatistas apoiadas pela Rússia no leste da Ucrânia como independentes.
Se aprovado, o movimento da Duma Estatal, a câmara baixa do Parlamento, pode inflamar ainda mais o impasse sobre a escalada militar russa perto da Ucrânia .
O reconhecimento das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk pode minar o processo de paz no leste da Ucrânia, onde um conflito entre forças do governo e separatistas apoiados por Moscou matou 15 mil pessoas.
"Kiev não está observando os acordos de Minsk. Nossos cidadãos e compatriotas que vivem em Donbass precisam de nossa ajuda e apoio", escreveu Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara dos Deputados da Rússia, nas redes sociais.
Volodin, membro do partido pró-Putin Rússia Unida, disse que o apelo será enviado ao Kremlin imediatamente. Não ficou claro quanto tempo levará para o Kremlin analisá-lo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, se recusou a comentar o conteúdo do recurso, dizendo que nenhuma decisão foi tomada, mas acrescentou que a região separatista pró-Rússia conhecida como Donbass é motivo de grande preocupação para os russos.
A Rússia "responderá" se cidadãos russos começarem a ser mortos em qualquer lugar, inclusive na região rebelde de Donbass na Ucrânia, disse a agência RIA citando o enviado russo à União Européia, Vladimir Chizhov.
"Não invadiremos a Ucrânia a menos que sejamos provocados a fazer isso", disse Chizhov. "Se os ucranianos lançarem um ataque contra a Rússia, você não deve se surpreender se nós contra-atacarmos. Ou, se eles começarem a matar descaradamente cidadãos russos em qualquer lugar --Donbass ou onde quer que seja."
Os rebeldes ucranianos apoiados por Moscou dizem que o governo de Kiev está preparando uma ofensiva contra eles.
g1
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