Novembro 23, 2024

Grupos armados na Colômbia recrutam crianças de famílias venezuelanas, diz ONG

Grupos armados têm disputado o controle de uma região no nordeste da Colômbia chamada Catatumbo, e isso implica abusos contra os moradores da região e também contra venezuelanos que foram para lá para fugir da crise em seu país de origem, de acordo com um relatório publicado pela ONG Human Rights Watch na quarta (8).

Há relatos de assassinatos, desaparecimentos, violência sexual, recrutamento de crianças como soldados e expulsões por três grupos armados diferentes.
Disputam o território o Exército de Libertação Nacional (ELN), o Exército Popular de Libertação (EPL) e um grupo que emergiu de remanescentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Os venezuelanos que chegaram à Colômbia se viram no meio desse conflito, afirma José Miguel Vivanco, diretor da ONG. Ao menos 25 mil venezuelanos estão entre eles, de acordo com a ONU. As crianças dos imigrantes da Venezuela têm sido recrutadas como soldados.

O governo do país não tem conseguido proteger os moradores da região.

Mais de 40 mil pessoas em Catatumbo foram expulsas de suas residências desde 2017, de acordo com estatísticas oficiais. Os grupos armados as acusam de colaborar com seus rivais ou com o governo. Os que se recusam a aderir a uma das milícias também precisam fugir.

Nove ativistas de direitos humanos foram assassinados. No total, 109 civis morreram vítimas da violência dos grupos em 2018.

Crianças de até 12 anos foram forçadas a aderir aos grupos armados. Parte das famílias emigrou para que seus filhos não fossem recrutados.
Os grupos também têm instalado bombas terrestres em áreas rurais –morreram 4, e 65 ficaram feridas com elas.

A Justiça da Colômbia não tem atuado na mesma velocidade. Entre fevereiro de 2017 e abril de 2019, havia 770 casos de assassinatos ou tentativas de homicídios, e 61 condenações.

O auxílio aos que foram forçados a ir embora de suas casas é insuficiente, de acordo com a ONG. Centenas de pessoas moram em abrigos temporários. Alguns deles não têm móveis nem água encanada.

G1
Portal Santo André em Foco

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