Novembro 27, 2024

Putin diz que Ocidente ignorou preocupações russas de segurança

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (1º) que o Ocidente ignorou as principais preocupações de seu país em relação à segurança na região.

"Está claro agora que as principais preocupações russas foram ignoradas", disse Putin em sua 1ª entrevista coletiva em mais de um mês.

Moscou, que tenta evitar um avanço da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para o leste, vem aumentando sua presença militar na fronteira com a Ucrânia.

"Nós não percebemos considerações a três de nossas preocupações principais: a expansão da Otan, a recusa em retirar armamentos de ataque das áreas próximas às fronteiras e o retorno da infraestrutura militar ao que era em 1997, quando assinamos o acordo Rússia-Otan", disse Putin.

A tensão neste território tem escalado nas últimas semanas, ainda que os russos insistam em não ter intenções de invadir novamente o país vizinho.

Os Estados Unidos, no entanto, acreditam no "perigo iminente" de uma invasão e ameaçam os russos com fortes sanções caso algum ataque seja feito contra a Ucrânia.

Na semana passada, os membros da Otan responderam formalmente a uma série de exigências russas que pediam garantias de que a Ucrânia não iria integrar a aliança militar do Ocidente.

Diálogo com a Ucrânia
Putin disse também nesta terça-feira que espera que o diálogo com a Ucrânia continue para evitar "cenários negativos", incluindo uma guerra.

Ele levantou a possibilidade de um conflito entre a Rússia e a Otan caso a Ucrânia se juntasse à aliança, e depois tentasse retomar a Crimeia por meio da força.

"Vamos imaginar que a Ucrânia é membro da Otan e inicia essas operações militares. Devemos entrar em guerra com o bloco da Otan? Alguém já pensou nisso? Aparentemente não", disse ele.

Putin disse que é preciso encontrar maneiras de proteger a segurança de todos.

Ameaça de sanções
Mais cedo nesta terça, a Rússia disse que não iria recuar diante da ameaça de sanções dos Estados Unidos, motivadas pelas tensões na Ucrânia.

"Não vamos recuar e ficar quietos, ouvindo as ameaças de sanções dos Estados Unidos", afirmou a embaixada da Rússia nos EUA em um comunicado. "É Washington, e não Moscou, que gera tensões".

Isso ocorre no mesmo dia em que o secretário de Estado americano, Antony Blinken telefonou para o chanceler russo, Sergei Lavrov, para tratar do tema.

Na segunda-feira (30), os países trocaram farpas na ONU, em uma reunião do Conselho de Segurança para debater a crise.
A Casa Branca afirmou na segunda que está preparada para impor sanções contra pessoas próximas ao presidente Putin, em caso de um ataque.

Aumento da tensão
A Rússia deslocou mais de 120 mil soldados para a fronteira com a Ucrânia, o que provoca temores nos países ocidentais sobre a preparação de uma ofensiva.

Apesar dos exercícios na fronteira, os russos têm reiterado diversas vezes que não pretendem invadir – novamente – a Ucrânia.

Os russos já invadiram o país vizinho em 2014, quando anexou a Crimeia, uma região ucraniana que ocupa até hoje.

A embaixada russa afirmou que os soldados "não ameaçam ninguém" e que o país tem o "direito soberano" de mobilizar suas Forças Armadas em seu território.

g1
Portal Santo André em Foco

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