Um ataque aéreo com drone na região de Tigré, no norte da Etiópia, matou ao menos 17 pessoas e feriu dezenas na cidade de Mai Tsebri, na segunda-feira (10). A maioria das vítimas são mulheres.
As mortes ocorrem dias após um outro ataque aéreo matar 56 pessoas e ferir mais de 130, incluindo crianças, em um campo para deslocados na cidade de Dedebit na sexta-feira (7).
Após o primeiro ataque, a ONU informou no domingo (9) que organizações humanitárias haviam suspendido seu trabalho na região "devido à ameaça contínua de ataques com drones".
A Etiópia é o segundo país mais populoso da África e governada pelo primeiro-ministro Abiy Ahmed, que ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2019 pelo fim do conflito de 20 anos com a vizinha Eritreia (veja no mapa abaixo).
Mas o país vive uma guerra civil há mais de um ano, entre forças do governo e seus aliados regionais, apoiados pela Eritreia, e rebeldes da Frente de Libertação Popular do Tigré (TPLF), no norte do país.
Após o ataque de segunda (10), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou com o premiê etíope por telefone e levantou preocupações sobre as vítimas civis e o sofrimento causado por ataques aéreos, segundo o governo americano.
A guerra no Tigré
O governo etíope nega atacar civis no conflito, que começou em novembro de 2020, quando Abiy Ahmed decidiu fazer uma operação contra a Frente de Libertação Popular do Tigré (TPLF).
A nomeação de Abiy como primeiro-ministro em 2018 encerrou 27 anos de domínio da TPLF no comando do país, mas o grupo permaneceu no poder em sua região natal.
O premiê prometeu uma intervenção curta no Tigré, mas a ofensiva se converteu em uma sangrenta guerra civil com abusos das duas partes.
Cada lado culpa o outro: a TPLF acusa Abiy de centralizar o poder em detrimento das regiões, e o prêmio Nobel da Paz acusa o grupo de tentar retornar ao poder no país. E ambos negam as acusações.
g1
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.