O Ministério da Defesa do Reino Unido disse nesta sexta-feira que começou o destacamento de militares para apoiar hospitais que sofrem uma escassez de pessoal e pressões extremas devido a casos recordes da Covid-19 no país.
O governo disse que 200 militares das Forças Armadas foram disponibilizados para apoiar o Serviço Nacional de Saúde (NHS) em Londres durante as próximas três semanas.
A mobilização acontece ao mesmo tempo em que o país enfrenta fortes aumentos no número de contágios. Na Inglaterra, a taxa de transmissão do coronavírus na Inglaterra subiu nesta semana e está entre 1,2 e 1,5, informou a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido.
Na prática, isso quer dizer que cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 120 ou 150 - considerando a margem de erro das estatísticas.
Essa é a primeira vez, desde 23 de dezembro, que o número é divulgado. Na última medição, antes da temporada de Natal, o índice "R" havia ficado entre 1,0 e 1,2.
Simbolizado por "R", o "ritmo de contágio" é um número que traduz o potencial de propagação de uma doença: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança. Quando é menor, ela recua.
Surto no Reino Unido
O Reino Unido vive um surto de casos de coronavírus devido à variante ômicron, e relatou mais de 150.000 novos casos a cada dia durante a última semana.
O primeiro-ministro Boris Johnson disse que a Inglaterra pode suportar o surto sem novas restrições graças à vacinação e à menor gravidade da variante, mas alertou para algumas semanas desafiadoras.
Militares também nas vacinas
O governo também destacou as Forças Armadas para auxiliar nos testes e programas de vacinação da Covid-19.
"Mais uma vez eles estão se intensificando para ajudar os trabalhadores do NHS que estão trabalhando 24 horas por dia em toda a capital, ajudando o serviço de saúde neste difícil período de inverno, onde a necessidade é maior", disse o ministro da Saúde, Sajid Javid.
O Reino Unido relatou quase 150.000 mortes pela Covid-19 e, dois anos após a pandemia, seu serviço de saúde estatal já enfrentava uma crise moral e de pessoal mesmo antes do recente surto da Ômicron, segundo um relatório parlamentar publicado na quinta-feira.
Chaand Nagpaul, presidente do Conselho da Associação Médica Britânica, disse que há níveis sem precedentes de ausência de pessoal do NHS.
"Embora o governo tenha recorrido à ajuda do Exército em Londres, não esqueçamos que temos um problema nacional no momento", disse Nagpaul à Sky News. "Este é um problema nacional e nós nunca vimos este nível de ausência de pessoal antes".
France Presse
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