O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou, nesta quarta-feira (29), para o aumento de casos de Covid-19 em todo o mundo – e, mais uma vez, para o risco trazido pela variante ômicron.
"No momento, [as variantes] delta e ômicron são ameaças gêmeas que estão levando casos a números recordes, o que novamente está levando a picos de hospitalizações e mortes por Covid-19", disse Tedros.
Em um boletim publicado na terça-feira (28), o monitoramento da OMS aponta que, na última semana – de 20 a 26 de dezembro –, houve um aumento de 11% nos registros de novos casos de Covid em relação à semana anterior. Quase 5 milhões de novas infecções foram registradas (veja detalhes mais abaixo).
"Estou muito preocupado que, a ômicron sendo mais transmissível, circulando ao mesmo tempo em que a delta, está levando a um tsunami de casos de Covid-19", afirmou o diretor-geral.
"A ômicron está se movendo tão rapidamente que, além da vacinação, medidas sociais de saúde pública também são necessárias para conter a onda de infecção pela Covid-19, proteger os trabalhadores e sistemas de saúde, abrir sociedades e manter as crianças na escola", acrescentou.
Aumento de casos
O mundo tem visto um aumento gradual de novos casos da doença desde outubro, segundo a OMS.
Na última semana, o maior aumento percentual em novos casos ocorreu nas Américas, com um aumento de 39% em relação à semana anterior. Em números absolutos, houve 1,4 milhão de novas infecções: quase 1,2 milhão ocorreram nos Estados Unidos, 80 mil foram vistas no Canadá e quase 66 mil na Argentina.
Na Europa, foram registrados 2,8 milhões de novos casos na semana, com 611 mil no Reino Unido, 504 mil na França e 257 mil na Itália.
"Rápidos aumentos na incidência de casos são vistos em vários países, incluindo aqueles onde a variante se tornou dominante, como o Reino Unido e os Estados Unidos da América. A rápida taxa de crescimento é provavelmente uma combinação de evasão imunológica e aumento da transmissibilidade intrínseca da variante ômicron", pontua a OMS no boletim.
A maior parte das novas mortes registradas ocorreu na Rússia, com 7 mil novos óbitos, seguida da Polônia, com 2,8 mil, e da Alemanha, com 2,1 mil.
Na terça-feira (28), a plataforma "Our World in Data", ligada à Universidade de Oxford, registrou, pela primeira vez, mais de um milhão de novos casos de Covid no mundo em apenas um dia.
Risco da ômicron
A entidade voltou a alertar sobre o risco da variante ômicron: a OMS já havia dito, há um mês, que essa versão do vírus representava um risco "muito alto".
Na terça-feira (28), a organização fez uma previsão de que haveria um aumento de internações pela Covid-19 por causa da rápida disseminação da variante – apesar de ela parecer, até agora, causar quadros menos graves da doença.
"O risco geral relacionado à nova variante de preocupação ômicron permanece muito alto. Evidências consistentes mostram que a variante ômicron tem uma vantagem de crescimento sobre a variante delta, com um tempo de duplicação de 2-3 dias", alerta a entidade no boletim.
Até agora, estudos divulgados por fabricantes de vacinas têm apontado que elas continuam sendo capazes de proteger contra casos graves e morte por Covid mesmo após o surgimento da ômicron.
"Os não vacinados correm muito mais risco de morrer devido a qualquer uma das variantes da Covid-19", lembrou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta quarta (29).
Apesar de as vacinas continuarem efetivas para proteger contra casos graves e mortes pela doença, a ômicron tem maior capacidade de driblar a proteção vacinal; por isso, a proteção que as vacinas conferem contra a infecção pelo vírus é menor do que a vista em relação às variantes anteriores.
"Dados iniciais do Reino Unido, África do Sul e Dinamarca sugerem que há um risco reduzido de hospitalização para a ômicron em comparação com a variante delta; no entanto, são necessários mais dados para compreender os marcadores clínicos de gravidade, incluindo o uso de oxigênio, ventilação mecânica e morte e como a gravidade pode ser afetada pela vacinação e/ou infecção prévia por Sars-CoV-2", explica a OMS no boletim.
Cerca de 67% da população brasileira está totalmente vacinada contra a Covid-19.
g1
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