Os Estados Unidos registraram 100.306 mortes por overdose entre abril de 2020 e abril de 2021, número que representa um aumento de 28,5% em relação ao período anterior — foram 78.056 mortes entre abril de 2019 e abril de 2020. As informações são uma estimativa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde americano.
É a primeira vez que os EUA ultrapassam a marca de 100 mil mortes por overdose em um ano. Deb Houry, uma das diretoras do CDC, informou que a maioria das vítimas era consumidora de opioides sintéticos, em especial o fentanil, substância fabricada ilegalmente no país.
Após a divulgação dos dados, o presidente americano, Joe Biden, declarou em um comunicado: "o governo está empenhado em fazer tudo ao nosso alcance para tratar o vício e acabar com a epidemia de overdose".
"Enquanto continuamos avançando para derrotar a pandemia de Covid-19, não podemos ignorar esta epidemia de desaparecimentos, que afetou famílias e comunidades em todo o país", acrescentou.
Fentanil
O fentanil é um opioide que há 5 anos ultrapassou a heroína como a droga mais responsável pelas mortes por overdose nos Estados Unidos. Segundo a Associated Press (AP), os traficantes costumam misturar a substância com outras, como a metanfetamina e a cocaína.
Anne Milgram, diretora da Drug Enforcement Administration (DEA), órgão do Departamento de Justiça americano responsável pela repressão e controle de narcóticos, informou à AP que os carteis localizados no México usam produtos químicos importados da China para produzir e distribuir o fentanil e a metanfetamina nos EUA.
Apenas em 2021, a DEA apreendeu 5,5 mil quilos de fentanil — quantidade que também é um recorde, segundo Milgram. O número de mortes por overdose aumentou em quase todos os estados americanos, segundo a estimativa do CDC, exceto: Delaware, New Hampshire, New Jersey e Dakota do Sul. Os estados com as maiores altas foram Vermont (70%), West Virginia (62%) e Kentucky (55%).
g1
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