Centenas de manifestantes de Hong Kong impediram os serviços de trens durante o horário de pico matinal desta terça-feira (30), provocando caos no transporte urbano durante a campanha antigoverno mais recente a abalar a ex-colônia britânica.
O movimento começou três meses atrás como manifestações contra um projeto de lei de extradição que teria permitido que pessoas de Hong Kong fossem enviadas à China continental para serem julgadas. Porém, ganhou força e se tornou um movimento de repúdio mais amplo ao governo da cidade e aos seus mandantes políticos em Pequim.
Os protestos vêm ocorrendo quase diariamente, às vezes com pouco aviso prévio, prejudicando os negócios, aumentando a pressão sobre o governo já encurralado e sobrecarregando seu contingente policial, que alguns acusam de usar força excessiva.
Ativistas bloquearam as portas dos trens, atrapalhando os serviços e forçando centenas de pessoas a deixarem as estações ferroviárias em busca de transporte alternativo. Manifestantes bradavam "Liberem Hong Kong" e "A revolução do nosso tempo".
"Não sabemos quanto tempo ficaremos aqui, não temos um líder, como vocês podem ver este é um movimento de massa agora", disse Sharon, manifestante mascarada de 21 anos que não quis dar o nome completo.
"Não é nossa intenção atrapalhar as pessoas, mas temos que fazer as autoridades entenderem por que protestamos. Continuaremos com isto o tempo que precisarmos".
No meio da manhã, os usuários do transporte interurbano se espremiam em estações de toda a cidade, esperando para embarcar em trens com grandes atrasos, e não havia serviço em algumas linhas.
A operadora de trens MTR exortou as pessoas a buscarem outros meios de transporte.
O secretário dos Transportes, Frank Chan, pediu aos manifestantes que parem de prejudicar uma rede ferroviária que transporta cinco milhões de pessoas por dia, noticiou a emissora pública RTHK.
Hong Kong, que foi devolvida à China em 1997, atravessa sua pior crise política em décadas após várias semanas de protestos cada vez mais violentos que representam um dos desafios populistas mais sérios aos líderes do Partido Comunista em Pequim.
Na segunda-feira, a China reiterou seu apoio à líder de Hong Kong, Carrie Lam, e à sua polícia e pediu ao povo de Hong Kong que rejeite a violência.
Reuters
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