O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, organizou, nesta sexta-feira (17), o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF, na sigla em inglês), on-line, para debater com líderes mundiais os esforços para combater a mudança climática.
A ideia do encontro é tentar criar ímpeto antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano, a COP26, marcada para 1º a 12 de novembro.
O Brasil não participou do encontro – que reuniu, entre os líderes latino-americanos, os presidentes da Argentina e do México (veja detalhes mais abaixo).
No discurso de abertura, Biden falou sobre as emissões de metano.
"Temos que nos comprometer a reduzir o gás metano, reduções em 30% abaixo de 2020 em 2030. Isso vai produzir efeito colateral de melhorar saúde pública e agricultura", afirmou.
Embora tenha vida mais curta e seja menos abundante que dióxido de carbono (CO2), o metano (CH₄) é muito mais poderoso na captura de calor e seu impacto sobre o aquecimento global é mais de 80 vezes maior (que o CO2) a curto prazo.
Os EUA e a União Europeia concordam em tentar cortar as emissões do gás em cerca de um terço até o final desta década e estão pressionando outras grandes economias a se unirem a eles, de acordo com documentos vistos pela Reuters.
Nesta semana, Casa Branca anunciou que Biden espera usar o fórum de líderes depois da COP26 para continuar pressionando por medidas para combater as mudanças climáticas.
Sem Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro não participou do encontro, mas Alberto Fernández, da Argentina, e Andrés Manuel Lopez Obrador, do México, foram confirmados.
Veja a lista de participantes:
Países em desenvolvimento
No discurso de abertura, Biden citou duas vezes os países em desenvolvimento. "Estamos também comprometidos em ajudar países em desenvolvimento que querem melhorar o meio ambiente. Demos passos para melhorar empregos, abandonando poços de petróleo e gás" afirmou.
"Temos que apoiar países em desenvolvimento, queremos dobrar nosso financiamento de clima até 2024. Posso garantir que estamos avançando para mobilizar US$ 6 bilhões [cerca de R$ 32 bilhões] por ano para esses países", disse.
Preparação para COP26
A reunião organizada pelos EUA é uma preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano, a COP26. Marcada para novembro em Glasgow, na Escócia, a conferência reúne, anualmente, líderes do mundo inteiro para discutir as mudanças climáticas.
Nesta edição, os governantes vão avaliar os resultados previstos no Acordo de Paris, de 2015, um marco nas negociações internacionais sobre o clima. Isso porque, naquele ano, os países se comprometeram a manter o aumento de temperatura da Terra a no máximo 1,5ºC desde a era pré-industrial.
O progresso feito até agora deveria ter sido avaliado em 2020, mas, por causa da pandemia, a conferência foi adiada para este ano.
Até hoje, o planeta já aqueceu 1,2ºC. No ritmo em que está, o mundo não vai atingir a meta prevista no acordo. Na verdade, as metas anunciadas em Paris resultariam em um aquecimento bem acima de 3ºC até 2100 em comparação com os níveis pré-industriais.
Para conseguir cumprir o acordo, o mundo precisa reduzir as emissões pela metade na próxima década e atingir emissões líquidas zero de carbono até a metade do século se quiser limitar os aumentos da temperatura global a 1,5ºC.
Líderes em emissões
Como parte do Acordo de Paris, todos os países concordaram em comunicar ou atualizar suas metas de redução de emissões – sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) – a cada cinco anos, para refletir sua ambição mais elevada possível e uma progressão ao longo do tempo.
O site da COP26 alerta que "é especialmente importante que os países desenvolvidos e os maiores emissores assumam a liderança“.
Em 2019, o Global Carbon Atlas (Atlas Global de Carbono, em tradução livre) divulgou um ranking dos 20 maiores emissores de CO2 do mundo ao longo do tempo. O Brasil aparece em 13º lugar. Veja os outros:
G1
Portal Santo André em Foco
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