Damien Tarel, 28 anos, ficou conhecido após ter batido no rosto do presidente francês Emmanuel Macron, no dia 8 de junho. Condenado a uma curta pena em regime fechado, ele deixou a prisão no sábado (11) sem demonstrar arrependimento.
"Não me arrependo deste ato", disse ele ao sair da penitenciária de Valence, no sudeste da França, onde cumpriu pena de três meses de reclusão. "Foi só um ‘tapinha’ e acho que Macron se recuperou muito bem", acrescentou Tarel para qualificar seu gesto. “Não se trata de uma surra como poderia ter havido nas manifestações dos coletes amarelos, onde o povo expressa o seu descontentamento”, continuou o jovem.
A agressão registrada em vídeo circulou pelas redes sociais. Nas imagens, Macron se aproxima de um grupo de pessoas que se encontravam atrás de barreiras de segurança para cumprimentá-las. Em seguida, o agressor agarra o antebraço do presidente e dá a bofetada.
O incidente aconteceu nos arredores de uma escola de hotelaria na localidade de Tain-L'Hermitage, a 550 quilômetros de Paris. Na gravação também é possível ouvir uma pessoa pronunciar um antigo grito de guerra dos reis da França ("Montjoie Saint-Denis"), seguido da frase "Abaixo o governo Macron!".
"Esta sentença pune um desrespeito intolerável à instituição", disse na época o promotor Alex Perrin. Além da prisão, a Justiça suspendeu os direitos civis de Damien Tarel por três anos, o que o impedirá de votar neste período. Ele também fica proibido de prestar concursos públicos para o resto da vida e não poderá deter armas de fogo nos próximos cinco anos. O juiz ainda ordenou que ele tenha acompanhamento psicológico.
"Naquele dia, eu fui desafiar o presidente Emmanuel Macron e o que vi foram trabalhadores em coletes amarelos que estavam lá para expressar seu descontentamento, pessoas que trabalham muito, muitas vezes idosos, que eram retiradas pelas forças policiais pagas por seus impostos" e " isso me revoltou ", explicou o jovem desempregado. “O povo está amordaçado”, acrescentou.
Tarel ainda confirmou que compareceria às manifestações contra o passe sanitário imposto pelo governo francês para conter a epidemia de Covid-19, previstas para este sábado. “É minha prioridade depois de ser libertado da prisão, pelo menos pelo símbolo, aderir a este movimento que contesta a decisão do passe sanitário”, concluiu.
RFI
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