O governo de Alberto Fernández sofreu uma derrota nas eleições primárias do domingo (12) e isso poderá implicar a perda do controle do Senado e uma diminuição da bancada governista na Câmara dos Deputados.
Na Argentina há eleições para renovar uma parte do Legislativo no meio do mandato do presidente –essa votação acontecerá no dia 14 de novembro.
A coalizão governista pode perder a maioria que possui atualmente no Senado. Na Câmara, o governo tem minoria e precisaria de 10 cadeiras a mais para conquistar a maioria.
O sistema eleitoral argentino obriga as frentes eleitorais a fazer uma votação primária –ou seja, os eleitores escolhem quem deve ser o candidato de cada partido. Como um eleitor só pode votar em um nome para um partido, essas primárias também refletem qual é a preferência que cada frente tem entre o eleitorado.
As duas principais coligações políticas da Argentina são Juntos, da oposição, e Frente de Todos, do governo. A Juntos, liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri, venceu na maioria dos distritos do país.
Derrota na província de Buenos Aires
O resultado foi ruim para o governo até mesmo em um de seus principais redutos, que são as cidades do entorno de Buenos Aires. Na província de mesmo nome (que não inclui a capital), com mais de 76% da apuração encaminhada, a Juntos teve 38,3% dos votos, contra 33,5% da Frente de Todos.
Na cidade de Buenos Aires, onde a direita é mais forte, os números são ainda mais duros para o governo. Com 96% das urnas apuradas, a Juntos registrava 48,27% dos votos, contra 24,62% da aliança de Fernández.
"É um cenário catastrófico para o governo, Com estes números, a perspectiva é que o triunfo opositor deve ser consolidado dentro de dois meses", disse o cientista político Carlos Fara.
Reação de Fernández
"Todos escutamos o veredicto das pessoas com respeito e muita atenção", declarou Fernández, ao lado dos principais dirigentes de seu partido, após o anúncio dos resultados.
"A partir de amanhã (segunda-feira) vamos trabalhar para que em novembro nos acompanhem porque seguimos convencidos que estamos diante de dois modelos de país, um que inclui a todos e outro que deixa muitos de lado", disse.
Primárias marcadas pela pandemia
As primárias foram marcadas pela pandemia de Covid-19, que adiou as votações devido a medidas sanitárias.
A pandemia causou mais de 113 mil mortes em 5,5 milhões de casos no país, com uma diminuição acentuada nas infecções nas últimas semanas, à medida que a vacinação avança. Mais de 63% dos 45 milhões de habitantes da Argentina receberam uma dose e 40% já foram totalmente imunizados.
Um total de 34 milhões de pessoas estavam registradas para votar. O índice de participação foi um pouco superior a 67%.
G1
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