Afegãos afirmam que o ataque com drone militar que os Estados Unidos fizeram no domingo (29) em Cabul, capital do Afeganistão, matou também civis — inclusive crianças.
Os EUA dizem que o ataque foi contra um homem-bomba que se preparava para atacar o aeroporto e que investigam o relato de civis mortos, mas admitem que inocentes podem ter morrido.
O Talibã já havia condenado a ação, dizendo que sete pessoas morreram.
Nesta segunda-feira (30), a rede de televisão CNN e os jornais "The New York Times" e "The Washington Post" conversaram com familiares e vizinhos das pessoas que teriam sido mortas.
A CNN diz que nove morreram, incluindo seis crianças (um delas de apenas dois anos). O "New York Times" fala em dez mortos, incluindo sete crianças, um trabalhador humanitário de uma instituição de caridade americana e um contratado do exército americano.
Versão americana
A versão americana é que o ataque com drone causou "explosões subsequentes" — e que elas podem podem ter causado a morte de civis.
Esta foi a versão apresentada por William Urban, capitão da Marinha americana e porta-voz do Comando Central dos EUA, órgão responsável pelas operações militares americanas no Oriente Médio. "Ficaríamos profundamente tristes por qualquer potencial perda de vidas inocentes".
"Sabemos que ocorreram explosões subsequentes substanciais e poderosas resultantes da destruição do veículo, indicando uma grande quantidade de material explosivo em seu interior que pode ter causado vítimas adicionais", disse o Comando Central em um comunicado.
Segundo a agência de notícias Associated Press, o alvo era um carro estacionado em um prédio residencial perto do aeroporto, que dois suspeitos estavam carregando com explosivos no porta-malas.
Uma fonte disse à AP que o drone disparou um míssil Hellfire contra o veículo e que a explosão inicial causada pelo míssil foi seguida por uma bola de fogo muito maior, que teria sido causada pelos explosivos dentro do veículo.
Resposta ao atentado
O ataque com drone foi a segunda resposta dos EUA ao atentando terrorista do Estado Islâmico-Khorasan (EI-K) no aeroporto internacional de Cabul, que deixou mais de 180 mortos, incluindo 13 militares americanos, na quinta-feira (27).
A primeira resposta foi no sábado (28): dois integrantes do EI-K foram mortos e um ficou ferido em um ataque também com drone. Militares americanos dizem que os três estavam envolvidos no planejamento e execução do atentado no aeroporto.
No mesmo dia, Biden alertou que um novo ataque no aeroporto seria "muito provável" nas "próximas 24 a 36 horas" e que o bombardeio "não seria o último".
Nesta segunda (30), foguetes lançados contra o aeroporto foram interceptados pelo sistema antimísseis americano e outros caíram em bairro próximo e atingiram casas.
O Estado Islâmico assumiu responsabilidade pelos ataques, segundo a agência Reuters. Não há informações de feridos até momento.
G1
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