Novembro 26, 2024

Em última visita à Rússia como líder da Alemanha, Angela Merkel defende o diálogo com Vladimir Putin

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, encontrou-se com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela última vez antes de deixar o poder, nos próximos meses. É a última viagem dela a Moscou antes das eleições alemãs.

A viagem ocorre exatamente um ano depois do envenenamento, atribuído às autoridades russas, do opositor Alexei Navalny, que foi atendido e tratado na Alemanha, mas voltou para a Rússia, onde foi preso.

Depois de depositar uma oferenda de flores no túmulo do soldado desconhecido em Moscou, a líder alemã foi recebida na sede do governo russo pelo próprio Vladimir Putin, que a esperava com um buquê de flores.

"Embora tenhamos profundas divergências, conversamos. E isso deve continuar assim", disse Merkel, que em seus 16 anos de mandato manteve uma relação complexa e ambígua com o presidente russo.

Merkel afirmou que havia muitas questões para tratar durante o encontro, como a situação no Afeganistão ou as relações bilaterais, mas não mencionou o caso de Navalny.

Putin disse que não foi simplesmente uma visita de adeus, mas, sim, um encontro "sério" entre dois veteranos da política europeia, porque "muitas questões devem ser discutidas".

Merkel, que fala russo e cresceu na Alemanha Oriental, e Putin, que fala alemão pelos seus anos de serviço na KGB na Alemanha Oriental, sempre reivindicaram ter estabelecido uma verdadeira relação de trabalho, apesar de suas diferenças.

Desde 2005, quando a chanceler chegou ao poder, eles discutiram arduamente ou com ironia sobre muitos temas, desde a Síria até Ucrânia ou Belarus, passando pelos ciberataques atribuídos por Berlim a Moscou ou o envenenamento de Navalny.

No entanto, o diálogo nunca foi completamente interrompido entre esses dois veteranos do cenário internacional.

Conversas sobre o Afeganistão
Rússia e Alemanha mantêm posicionamentos diferentes sobre o Afeganistão.

Merkel considerou a situação "amarga, dramática e terrível". Já o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou na terça-feira que os talibãs enviaram sinais "positivos" sobre a liberdade de opinião.

Nesta 20ª viagem oficial à Rússia, Merkel encerra a relação com a constatação do fracasso em um assunto que estabeleceu como prioridade: a resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia, que está em ponto morto.

A chanceler alemã viajará no domingo para Kiev, onde se reunirá com o presidente Volodymyr Zelenski.

France Presse
Portal Santo André em Foco

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Last modified on Sexta, 20 Agosto 2021 14:52

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