Novembro 26, 2024

Afegãos protestam no Dia da Independência; há mortos

Afegãos protestam em cidades do Afeganistão nesta quinta-feira (19), no Dia da Independência do país, nos primeiros sinais de resistência popular à tomada do poder pelo Talibã.

Há manifestações na capital Cabul, segundo o jornal "The New York Times", nas cidades de Jalalabad e Asadabad e no distrito da província de Paktia, segundo a agência de notícias Reuters.

Há relatos de mortes em Asadabad e tiros em Cabul, onde a manifestação foi dispersada com violência pelo Talibã.

Afegãos comemoram em 19 de agosto a sua independência do Reino Unido, que ocupou o país até 1919.

Uma testemunha disse à Reuters que há vários mortos em Asadabad, depois que talibãs atiraram em pessoas que agitavam bandeiras do Afeganistão e os tiros causarem um tumulto.

A rede de televisão Al Jazeera afirma, também citando uma testemunha, que ao menos duas pessoas foram mortas quando talibãs atiraram após uma tentativa de esfaqueamento.

Não há confirmação oficial do número de mortes e o Talibã não se pronunciou até o momento. Também não está claro se as pessoas foram mortas a tiros ou na confusão causada pelos disparos.

Três pessoas morreram e 12 ficaram feridas em um protesto semelhante na quarta-feira (18), em Jalalabad, após talibãs atirarem contra pessoas e agredirem manifestantes.

A manifestação começou porque o Talibã tirou a bandeira do Afeganistão de um monumento no centro da cidade e colocou a sua própria. As pessoas tiraram a do Talibã e colocaram a afegã de volta.

Os protestos são os primeiros sinais de oposição da população ao Talibã, desde que o grupo extremista avançou pelo país e tomou o poder em menos de duas semanas, com a captura da capital Cabul no domingo (15).

Repressão a protestos
O "New York Times" diz que manifestantes saíram às ruas para protestar contra o Talibã pelo segundo dia na capital, inclusive perto do palácio presidencial, e foram dispersados com violência.

"Nossa bandeira, nossa identidade", gritava em Cabul uma multidão de homens e algumas mulheres que agitavam bandeiras afegãs em Cabul, segundo vídeo publicado nas redes sociais.

A repressão à manifestações levanta novas dúvidas sobre as garantias do Talibã de que o grupo extremista mudou desde o seu governo entre 1996 e 2001, quando impuseram graves restrições às mulheres, fizeram execuções públicas e explodiram estátuas budistas históricas.

"Várias pessoas foram mortas e feridas na debandada e disparos do Talibã", afirmou Mohammed Salim sobre a manifestação em Asadabad, capital da província de Kunar, à Reuters.

"Centenas de pessoas saíram às ruas", disse Salim à agência. "No início fiquei com medo e não queria ir, mas quando vi um dos meus vizinhos participar, tirei a bandeira que tenho em casa".

Vice-presidente apoia atos
O primeiro vice-presidente do Afeganistão, Amrullah Saleh, que está tentando reunir a oposição ao Talibã, expressou apoio aos protestos.

“Saúdem aqueles que carregam a bandeira nacional e, portanto, representam a dignidade da nação”, escreveu o político em uma rede social.

Saleh afirmou na terça-feira que estava no Afeganistão e é o "legítimo presidente interino" depois que o presidente Ashraf Ghani fugiu do país.

G1
Portal Santo André em Foco

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