A Justiça da Alemanha, abriu, nesta sexta-feira (6), uma investigação para determinar se o chefe do distrito de Ahrweiler cometeu homicídio por negligência. A região foi afetada em julho por enchentes que mataram quase 200 pessoas.
A promotoria de Koblenz anunciou, em um comunicado, que "confirmou as suspeitas iniciais de homicídio por negligência e de lesões corporais por negligência e que abriu uma investigação".
A Justiça acusa o chefe do distrito, Jürgen Pföhler, membro do partido conservador da chanceler Angela Merkel, e outra pessoa não identificada da equipe responsável pelas crises locais.
Os dois teriam deixado de tomar as medidas necessárias para alertar a população ante as fortes chuvas e as inundações.
Depois dos vários alertas meteorológicos emitidos, as autoridades locais deveriam ter sido responsáveis pela organização da "retirada dos habitantes do vale do rio Ahr que ainda não haviam sido afetados pelas inundações".
"Esta operação, de acordo com as primeiras suspeitas, claramente não foi realizada com a clareza necessária, ou foi realizada com atraso, razão pela qual os responsáveis podem ser acusados de negligência", disse a promotoria.
A promotoria diz que, por enquanto, trata-se se apenas de uma primeira suspeita, que "se baseia, naturalmente, em um estado de conhecimento ofuscado por incertezas e lacunas".
"As investigações a serem realizadas devem demorar algum tempo, por isso, não se pode esperar resultados rápidos", acrescentou.
Uma polêmica se seguiu ao desastre de 14 e 15 de julho, relacionada à antecipação dos eventos meteorológicos por parte das autoridades, ao funcionamento do sistema de alerta e às medidas de evacuação.
Pelo menos 189 mortos
Essas chuvas torrenciais causaram inundações devastadoras no entorno dos rios das regiões de Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado, devastando muitos municípios, especialmente no vale do Ahr.
As chuvas causaram a morte de pelo menos 189 pessoas na Alemanha, incluindo 141 apenas na região da Renânia-Palatinado, onde 16 pessoas ainda são procuradas, de acordo com um novo relatório divulgado esta semana.
As inundações também afetaram a Bélgica, onde 38 pessoas morreram. Ainda neste país, um juiz de instrução investiga possíveis responsabilidades criminais, relacionadas com a falta de precaução e de alertas.
O governo alemão estuda várias maneiras de melhorar seu sistema de alerta de desastres, incluindo a implementação de notificações por meio do envio de mensagens para telefones celulares.
France Presse
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