O governo federal assinou nesta terça-feira (15) um acordo de cooperação que oficializa a participação do Brasil no programa Artemis. A iniciativa é desenvolvida pela Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) para levar novamente voos tripulados por humanos à Lua.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, assinou o acordo em cerimônia com o presidente Jair Bolsonaro. Por enquanto, não há previsão de investimentos por parte do governo brasileiro.
O Artemis estabelece diretrizes de exploração pacífica da superfície lunar com parceiros comerciais e internacionais. O programa pretende enviar a primeira mulher e o próximo homem à Lua em 2024.
A iniciativa também deve levar a primeira pessoa negra ao satélite natural terrestre. O último pouso humano na Lua foi em 1972. Em abril, a Nasa selecionou a empresa privada SpaceX para levar os astronautas.
Brasil no Artemis
O Brasil passa a ser mais um dos países participantes do programa americano, que também visa desenvolver tecnologias e experiências para uma futura missão humana ao planeta Marte.
Segundo o governo Bolsonaro, o Brasil é, até o momento, o único país da América Latina a participar do Artemis. Ao todo, 12 países estão na lista, entre os quais, Austrália, Canadá, Itália, Japão, Reino Unido e Coreia do Sul.
Pontes, que foi o primeiro brasileiro a ir ao espaço, explicou que o voo inicial deve ter astronautas americanos. Nos voos seguintes, os demais países do Artemis terão oportunidade de enviar seus profissionais.
"Um dos meus sonhos é ter mais astronautas no Brasil. Não pode [posso] ficar sozinho", disse.
De acordo com a embaixada dos EUA, os acordos Artemis reúnem princípios para implementar o Tratado Espacial Exterior de 1967, além de orientar a cooperação na exploração espacial entre os países que participam do programa.
A lista de princípios da iniciativa inclui “exploração pacífica, transparência, interoperabilidade, prestação de assistência emergencial e liberação pública de dados científicos”.
Bolsonaro afirmou, em discurso, que a participação no Artemis demonstra que o Brasil tem "admiração" e "reconhecimento" no "mundo tudo".
"O Brasil tem um potencial enorme e vai mostrar o seu valor agora, neste grande acordo, neste projeto Artemis, não apenas pra levar uma mulher ao espaço, mas o que nós podemos trazer do espaço pra aplicarmos aqui na Terra", disse o presidente.
Segundo Bolsonaro, o objetivo do governo é estimular os jovens a se interessar por pesquisas na área. O presidente destacou que o centro espacial de Alcântara, no Maranhão, pode ser usado para lançamentos de satélites e foguetes.
Pontes disse que a entrada do Brasil no Artemis é um "pequeno passo" para o ministério e um "grande salto" para o programa espacial brasileiros – uma referência à fala do americano Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na lua em 1969, quando disse que se tratava de um "pequeno passo para o homem", mas um "grande salto para humanidade".
"É um esforço da humanidade para conquistar o espaço profundo. Esse é um esforço que o Brasil não poderia ficar de fora de jeito nenhum", disse o ministro.
Pontes explicou que cientistas, universidades e empresas brasileiros poderão participar das pesquisas para criar tecnologias capazes de viabilizar a exploração da lua e a ida até Marte. O Brasil participa dentro de suas "possibilidades financeiras" e, por enquanto, não deve aportar recursos próprios.
G1
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.