O Brasil passou Estados Unidos, México e Peru nas últimas duas semanas e se tornou o país com mais mortes por Covid-19 do continente americano em relação à sua população, apontam dados do "Our World in Data".
O Brasil tem atualmente 1.756 óbitos por milhão de habitantes e ultrapassou o México no dia 7 de abril, o Peru no dia 13 e os EUA no dia 14. Os 10 países com mais óbitos proporcionais das Américas são:
Em termos absolutos, os EUA são o país com mais vítimas da Covid-19 do mundo (567 mil), seguido de Brasil (373 mil) e México (212 mil).
Na semana passada, com a piora da pandemia na América do Sul, o mundo atingiu a triste marca de 3 milhões de mortes por Covid-19.
A situação tem piorado na região principalmente devido ao Brasil, e a América do Sul é atualmente a região que mais registra mortes causadas pelo novo coronavírus no mundo, à frente da Europa.
O Brasil, sozinho, tem registrado desde o fim de março mais óbitos do que a União Europeia inteira. O bloco europeu reúne 27 países e tem mais de 446 milhões de habitantes (mais que o dobro da população brasileira).
Até começo de fevereiro, quando registrava cerca de 1 mil mortes por dia (um terço do que registra atualmente), o Brasil era o 7º do continente em óbitos proporcionais. Além de EUA, México e Peru, o país também estava atrás de Panamá, Colômbia e Argentina.
O país tinha também uma média de novas vítimas da Covid-19 em relação à sua população inferior à de EUA, México, Peru, Panamá e Colômbia.
Com a escalada de mortes no país, que chegou a passar de 4,2 mil em um único dia, o Brasil viu a média de mortes passar de cerca de 5 vítimas do novo coronavírus a cada 1 milhão por dia em meados de fevereiro para cerca de 13 atualmente.
Agora, além de liderar a triste marca nas Américas, o Brasil é também o 13º país com mais mortes proporcionais do mundo. Os 20 países com mais óbitos proporcionais do mundo são:
República Tcheca: 2.654 mortes a cada 1 milhão de habitantes
Desde o começo de fevereiro, o Brasil passou no ranking proporcional diversos países que sofreram com ondas muito fortes de Covid-19, como Portugal, Espanha e França.
Medidas de restrição
Após ficar à beira do colapso na saúde, Portugal adotou um lockdown rigoroso que conseguiu derrubar o contágio e o número de mortes por Covid-19. Agora, o país está reabrindo museus, escolas e restaurantes ao ar livre após dois meses.
A França atingiu na quinta-feira (15) a triste marca de 100 mil mortes por Covid-19, em um momento em que as UTIs ainda estão cheias e a vacinação contra o coronavírus segue patinando. Foi o 8º país superar a marca simbólica.
Em meio a uma terceira onda na Europa, o país decretou medidas de confinamento mais rígidas no fim de março. A intenção era flexibilizá-las em maio, mas, com os números ainda altos, existe a possibilidade de que o isolamento se prolongue.
Recorde semanal de casos
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta segunda-feira (19) que o mundo registrou um recorde de mais de 5,2 milhões novos casos de Covid-19 nos últimos sete dias e as mortes subiram pela quinta semana seguida.
A alta de casos é puxada pela Índia, que bateu recorde de novos infectados pela 13ª vez nos últimos 15 dias. Foram mais de 1,5 milhão de novos casos nos últimos sete dias.
No final de janeiro e começo de fevereiro, o segundo país mais populoso do mundo estava registrando menos de 10 mil infectados e cerca de 100 mortes por dia.
No início de março, o ministro da Saúde indiano, Harsh Vardhan, chegou a declarar que o país estava na "fase final" da pandemia.
Agora, o governo indiano agora culpa o desrespeito ao distanciamento social e o não uso de máscaras como causas para o surto.
Mas médicos e especialistas apontam também como motivos a complacência do governo, que se recusa a adotar um lockdown nacional, e novas variantes do coronavírus.
3 milhões de mortes por Covid
Em seu alerta, Tedros relembrou que o primeiro 1 milhão de mortes por Covid-19 aconteceu após nove meses de pandemia, em setembro. Foram necessários mais quatro meses para o mundo chegar aos 2 milhões de óbitos e apenas três meses para atingir a triste marca de 3 milhões de vítimas.
"Números grandes podem nos deixar insensíveis", afirmou o diretor-geral da OMS. "Mas cada uma dessas mortes é uma tragédia para famílias, comunidades e nações."
G1
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