A França está em alerta após a descoberta de 300 casos de contaminação pelas novas variantes sul-africana e brasileira do coronavírus no departamento de Moselle, no leste do país. O ministro francês da Saúde, Olivier Verán, participa de reuniões na região nesta sexta-feira (12).
A Moselle é um das regiões com maior incidência do vírus no país: 290 casos positivos para cada 100 mil habitantes, contra a média nacional de 201 casos positivos por 100 mil habitantes. No entanto, é a rápida propagação das variantes brasileira e sul-africana no leste da França que preocupa as autoridades. Em apenas quatro dias, 300 infecções foram identificadas.
No âmbito nacional, a presença destas duas linhagens do coronavírus representa entre 4% e 5% dos casos, segundo dados do Ministério da Saúde. Já a variante britânica diz respeito a uma a cada quatro ou cinco contaminações. Em Moselle, as variantes do coronavírus já representam cerca de 35% dos casos positivos, chegando a 40,5% dos casos em Moselle-Est, segundo o jornal local "Le Républican Lorrain".
Na semana passada, a França identificou os quatro primeiros casos da variante brasileira do coronavírus no país.
Novas medidas em vista
O aumento de infecções pelas mutações brasileira e sul-africana levam o governo a trabalhar com a hipótese de medidas restritivas na região. Olivier Verán afirma que está "pronto para agir, se necessário".
O prefeito de Metz, a maior cidade do departamento da Moselle, François Grosdidier se pronunciou a favor de um lockdown local. Já Patrick Weiten, presidente do conselho departamental, sugere outras opções, como o fechamento imediato das escolas e um toque de recolher a partir das 16h aos sábados e domingos.
Até o momento, o governo francês demonstra querer evitar um lockdown nacional. "As medidas que colocamos em prática já permitiram frear a difusão da variante britânica e do vírus em geral no país. As próximas semanas nos dirão se isso foi suficiente ou se devemos nos resignar a tomar medidas complementares", afirmou o ministro da Saúde em coletiva de imprensa na noite de quinta-feira (11).
O especialista em vacinas nomeado pelo governo francês, Alain Fisher, pede prudência na interpretação dos dados. "As consequências não são as mesmas quando se trata de um reequilíbrio na competição entre variantes ou de uma nova onda da doença", disse nesta sexta.
27 mil hospitalizações por Covid-19
A França contabiliza atualmente mais de 27 mil hospitalizações pela Covid-19, das quais cerca de 3.300 nas UTIs. Uma leve diminuição de entradas nos hospitais foi registrada nos últimos dias. No entanto, a quantidade de óbitos continua alta: segundo o último balanço divulgado pelo governo na quinta-feira, 360 pessoas morreram morreram por complicações geradas pelo coronavírus em 24 horas. Desde o início da crise sanitária, em março de 2020, o país registrou 80.803 mortos.
RFI
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