Os parlamentares do Partido Democrata dos Estados Unidos começam a defender formalmente, nesta quarta-feira (10), o argumento de que o ex-presidente Donald Trump deve ser condenado por incitar a invasão do Capitólio.
Na terça (9), o Senado decidiu que o julgamento de impeachment pode avançar, apesar de Donald Trump já ter deixado o cargo.
A Câmara dos Deputados acusa Trump de ter incitado uma insurreição depois de fazer um discurso em 6 de janeiro no qual exortou seus apoiadores a marchar até o prédio do Congresso dos EUA, onde congressistas estavam reunidos para certificar a vitória eleitoral do presidente Joe Biden.
Na terça-feira, quando o Senado aprovou andamento do julgamento de impeachment, a votação quase seguiu a divisão da Casa entre os dois partidos: seis dos 50 senadores republicanos alinharam-se aos democratas.
Votação com maioria simples
Essa votação leva a crer que os democratas terão dificuldades significativas para condenar Trump e impedi-lo de voltar a ocupar um cargo público.
Uma maioria de dois terços do Senado precisa votar por sua condenação, o que significa que ao menos 17 republicanos teriam votar para condenar o ex-presidente --e isso poderia fazer com que eles se desentendam com os eleitores de Trump, que são numerosos.
O julgamento está transcorrendo dentro do mesmo prédio onde senadores foram obrigados a fugir um mês atrás quando uma multidão invadiu o edifício.
Nove deputados democratas que atuam como procuradores contra Trump iniciaram os procedimentos na terça-feira exibindo um vídeo contundente que alternou trechos do discurso de Trump e cenas do ataque, incluindo alguns que mostraram policiais sendo agredidos e um agitador baleado fatalmente pelas autoridades.
Crime ao incentivar invasão
Os democratas acusaram Trump de cometer um crime imperdoável ao incentivar seus apoiadores a impedirem uma transferência de poder pacífica, um bastião da democracia norte-americana.
"Se isto não é um crime digno de impeachment, então tal coisa não existe", disse o deputado Jamie Raskin, que fez um discurso emotivo contando como foi separado de sua filha e seu genro durante a violência.
Os advogados de Trump argumentaram que a retórica de seu cliente, incluindo as alegações falsas de que a eleição foi roubada, está protegida pela garantia da Primeira Emenda da Constituição à liberdade de expressão e que os indivíduos que invadiram o Capitólio são responsáveis por seu próprio comportamento criminoso, e não Trump.
G1
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