O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, disse nesta terça-feira (5) que o regime de Nicolás Maduro tenta "gerar terror e militarizar o parlamento" no dia em que uma nova Assembleia Nacional, de maioria chavista, é empossada.
A Presidência interina da Venezuela denunciou nesta manhã a presença de agentes de Maduro em frente a residência de Guaidó, em Caracas. Em fotos publicadas em uma rede social, é possível ver cerca de 13 homens aparentemente armados e mascarados e ao menos dois carros pretos.
"Esse é o método da ditadura e é por isso que ela cometeu crimes de lesa humanidade", disse Guaidó em uma rede social. "Enfrentamos obstáculos e seguimos adiante."
Também nesta terça, uma nova Assembleia Nacional toma posse no país controlada por aliados de Maduro. A formação do parlamento foi definida após eleições marcadas por altos níveis de abstenção e boicote da oposição, em 6 de dezembro.
A Assembleia, até então presidida por Guaidó, era o único poder que não estava sob comando de aliados de Maduro. No entanto, desde 2017 a Casa está praticamente sem poderes, já que o Supremo Tribunal a declarou em desacato e anulou todas as suas decisões.
Os chavistas controlarão 256 dos 277 assentos do parlamento. A oposição, liderada por Guaidó, prometeu enfrentar a nova formação do congresso e questiona a legitimidade das eleições que tiveram a menor participação dos últimos 15 anos, com 31%.
"Em respeito a Venezuela e a nossa constituição, não podemos permitir que exista um vazio de poder", disse Guaidó. "Como não há deputados legitimamente eleitos para o novo período legislativo, corresponde ao parlamento eleito em 2015 seguir trabalhando até que haja uma eleição válida."
A Assembleia Nacional
A eleição anterior para a Assembleia Nacional aconteceu em 2015. Naquela ocasião, a oposição venceu com folga e passou a dominar o Legislativo do país.
Em 2017, as cortes de Justiça com pessoas favoráveis ao regime de Maduro criaram um outro poder legislativo, uma Assembleia Nacional Constituinte.
Guaidó, o líder da Assembleia Nacional, fez campanha pelo boicote às eleições de 6 de dezembro. A oposição fez uma consulta popular questionando a legitimidade do pleito.
G1
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