Câmara dos Deputados da Espanha aprovou a legalização da eutanásia para os pacientes com doenças graves nesta quinta-feira (17). O projeto de lei agora será encaminhado ao Senado. A proposta pode ser enviada de volta aos deputados para que seja revista ou aprovada.
O texto enfrentou oposição de políticos conservadores e de grupos religiosos. O projeto, que passou com 198 votos favoráveis e 138 contrários, permite a prática em pessoas com doenças sérias e incuráveis – ou debilitantes – que causem sofrimento insuportável.
Se o texto for tornado lei, a Espanha será o quarto país na União Europeia a legalizar a eutanásia, atrás da Bélgica, Luxemburgo e Holanda.
Oposição resiste
Os partidos de direita, como o Vox e o Partido Popular, são contra a proposta, que é de autoria da coalizão de esquerda que governa o país.
"A lei da eutanásia é uma derrota para a civilização e uma vitória para a cultura da morte, para aqueles que acreditam que algumas vidas valem mais que outras", disse o líder do Vox, Santiago Abascal.
Do lado de fora, manifestantes diziam que esse é o "governo da morte".
Crime com pena de 10 anos
Na Espanha, ajudar uma pessoa a morrer é um crime passível de punição com 10 anos de prisão. A maioria (90%) dos espanhóis são a favor da descriminalização, de acordo com uma pesquisa de opinião.
Eutanásia é uma espécie de suicídio assistido por um médico.
O processo é considerado homicídio pela Igreja Católica, que durante muitos anos foi a entidade que ditava as normas morais na Espanha.
O Vaticano publicou um documento no qual afirma que os políticos que apoiam essas leis são cúmplices em homicídios.
Há discussões semelhantes em países como Portugal e Nova Zelândia.
G1
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