Os Estados Unidos e o Canadá começaram nesta segunda-feira (14) suas campanhas nacionais de vacinação contra a Covid-19, e nos dois países as primeiras pessoas a receberem a injeção foram profissionais da área da saúde.
Sandra Lindsay, uma enfermeira da cidade de Long Island, no estado de Nova York, foi a primeira a receber a vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech. A vacinação foi transmitida ao vivo, em um evento virtual que contou com a presença do governador do estado, Andrew Cuomo.
Lindsay trabalha na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Judaico de Long Island e está na linha de frente no combate ao coronavírus.
"O que você faz todos os dias é o que faz um herói", disse Cuomo em mensagem direcionada à profissional de saúde.
O Canadá é o terceiro país que começa a vacinar sua população com o imunizante desenvolvido pela Pfizer e pela BioNTech.
Anita Quidangen, uma assistente de um asilo médico na cidade de Toronto, foi a primeira pessoa a receber a vacina.
Os EUA e o Canadá começaram suas campanhas de vacinação nesta segunda, após a aprovação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) no domingo (13). Profissionais de saúde na linha de frente da Covid-19 devem ser os primeiros a receber vacina.
"Gostaria de agradecer a todos os trabalhadores da linha de frente e dizer que hoje eu me sinto esperançosa e aliviada, espero que esse seja o começo do fim desse momento tão difícil que estamos vivendo", disse Lindsay logo após ser vacinada.
O governador afirmou que ela é "a primeira americana a ser vacinada em um ambiente não experimental", mas isso não foi oficialmente confirmado por autoridades federais até a última atualização desta reportagem. Vacinações acontecem simultaneamente nesta segunda em pelo menos 145 centros pelos EUA.
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse em uma rede social que "a primeira vacina foi administrada" e celebrou a aplicação: "Parabéns EUA! Parabéns, mundo!".
Uso emergencial
O diretor do CDC, Robert R. Redfield, comemorou no domingo a aprovação do imunizante em momento crítico, de nova alta de casos do novo coronavírus nos EUA. Neste sábado, o país registrou 3.309 mortes por Covid-19 nas 24 horas anteriores.
"Tive o orgulho de assinar a recomendação do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização para usar a vacina Covid-19 da Pfizer em pessoas com 16 anos ou mais. Esta recomendação oficial do CDC segue a decisão da FDA de sexta-feira de autorizar o uso emergencial da vacina", diz Redfield.
Na avaliação do órgão, publicada no domingo, a vacina da Pfizer tem alta eficácia em todas as faixas de idade, sexo, raça, etnia e entre pessoas com "condições médicas subjacentes", assim como entre participantes com evidência de infecção anterior pelo Sars-CoV-2 (o novo coronavírus).
Na semana passada, a farmacêutica publicou um estudo com os resultados preliminares dos testes de fase 3 da vacina. Segundo a pesquisa, o imunizante teve 95% de eficácia. Isso significa, na prática, que 95% das pessoas vacinadas ficam protegidas contra a Covid-19.
Campanha no Canadá
Houve cerca de 13,5 mil mortes por Covid-19 no Canadá, e a maioria delas aconteceu em asilos.
O primeiro-ministro, Justin Trudeau, afirmou que os funcionários desses estabelecimentos terão prioridade na campanha de vacinação. Além deles, os moradores de reservas de povos originários também serão vacinados no primeiro momento.
A primeira remessa de vacinas chegou ao Canadá no domingo à noite.
O Canadá receberá 249 mil doses da vacina neste mês e espera ter as primeiras 30 mil já nesta segunda-feira, segundo o primeiro-ministro.
Outros países
O Reino Unido o Bahrein, a Arábia Saudita, México e Singapura aprovaram o uso da vacina da Pfizer na semana passada. No Reino Unido, a campanha de vacinação já começou.
Na semana passada, o Ministério da Saúde disse que o Brasil poderia ter vacinação contra a Covid-19 ainda neste mês ou em janeiro se a Pfizer conseguisse aprovação emergencial da sua vacina na Anvisa. O governo também disse que assinaria uma intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer.
Os anúncios foram feitos depois de o governo dizer, na semana anterior, que o Brasil não tinha infraestrutura para armazenar vacinas que exigissem temperaturas muito baixas de armazenamento – como a da Pfizer.
G1
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