Novembro 25, 2024

Pensilvânia e Nevada certificam vitória de Joe Biden nos estados

Pensilvânia e Nevada, dois dos principais campos de batalha da eleição presidencial dos Estados Unidos, certificaram nesta terça-feira (24) a vitória do presidente eleito, o democrata Joe Biden, após três semanas de contagem de votos e uma série de contestações judiciais fracassadas do atual presidente e candidato derrotado à reeleição, Donald Trump.

O atual governo autorizou na segunda-feira o início oficial da transição aos nomeados por Biden — o site oficial do time democrata ganhou inclusive o endereço com final .gov. A medida foi tomada a contragosto por Trump, que ainda tenta reverter a derrota alegando fraude, sem prova nenhuma.

Na Pensilvânia, a oficialização da vitória veio depois de um comunicado do Departamento de Estado local — que é o órgão responsável por certificar o resultado eleitoral. Com isso, os 20 delegados estaduais serão atribuídos à chapa de Biden e Kamala Harris.

A apuração na Pensilvânia aponta que Biden e Harris receberam 3.458.229 votos, contra 3.377.674 de Trump e Mike Pence, seu vice-presidente. A diferença foi de 80.555 votos a favor dos democratas.

"Conforme exigido pela lei federal, assinei o certificado de verificação para a lista de eleitores de Joe Biden e Kamala Harris", escreveu em uma rede social o governador da Pensilvânia, Tom Wolf, que também é do Partido Democrata.

Em Nevada, a certificação veio com a confirmação por parte da Suprema Corte estadual. Lá, a republicana Barbara Cegavske, secretária de Estado, apresentou o resultado favorável a Biden aos juízes. Com isso, o democrata levará os 6 votos em jogo no Colégio Eleitoral.

A totalização eleitoral em Nevada mostra que Biden venceu no estado com 50,06% dos votos, contra 47,67% de Trump.

A decisão ocorre um dia após o estado de Michigan também certificar a vitória de Biden. Na sexta-feira (20), a Geórgia também anunciou o mesmo procedimento.

O que é a certificação dos resultados

A certificação é geralmente um procedimento burocrático, que atribui oficialmente os delegados no Colégio Eleitoral ao vencedor no estado. Mas Trump ainda não admitiu a derrota na eleição e tem recorrido a uma série de ações na Justiça para tentar reverter o resultado. Em tese, mesmo com a oficialização dos números, ainda há possibilidade legal de a chapa derrotada entrar na Justiça.

Sem apresentar provas, o atual presidente reclama de uma suposta fraude na apuração de alguns estados em que perdeu. Mas, até agora, nenhuma autoridade reportou qualquer irregularidade na contagem dos votos.

Biden foi declarado o vencedor da eleição no dia 7, quatro dias após a eleição presidencial, e desde então tem sido tratado como presidente eleito — apesar da insistência de Trump. A Pensilvânia era uma peça central na estratégia do presidente tentar invalidar o resultado da eleição.

"A certificação de hoje é um testemunho dos esforços incríveis de nossos funcionários eleitorais locais e estaduais, que trabalharam incansavelmente para garantir que a Pensilvânia tivesse um processo livre, justo e preciso, que reflitiu a vontade dos eleitores", afirmou o governador da Pensilvânia em comunicado.

A secretária de Estado, Kathy Boockvar, afirmou que "os funcionários eleitorais dos condados e os oficiais da eleição são os verdadeiros heróis da nossa democracia, permitindo-nos votar em números recordes, em meio a circunstâncias desafiadoras, para que a voz de todos os eleitores elegíveis pudesse ser ouvida".

Caminho difícil para Trump
Os resultados da Pensilvânia, de Michigan e da Geórgia representam duros reveses para o presidente derrotado, que vem tentando reverter nos tribunais a vitória democrata nas urnas — até agora, sem sucesso.

Trump tem criticado até autoridades da Geórgia, que é governada pelo republicano Brian Kemp. O secretário de Estado, Brad Raffensperger, também é do partido do presidente.

Raffensperger chegou a denunciar na semana passada que republicanos próximos a Trump, como senador Lindsey Graham, o pressionaram para que interferisse na recontagem de votos para favorecer o presidente derrotado.

O parlamentar negou qualquer intenção de intervir no processo.

Os republicanos ainda tentam reverter o resultado no Wisconsin, estado no qual Trump desembolsou US$ 3 milhões para pedir recontagem dos votos em condados onde Biden venceu por larga vantagem.

Mas o estado tem apenas 10 votos no Colégio Eleitoral e não é capaz de reverter o resultado da eleição presidencial americana. O democrata conquistou 306 delegados, contra apenas 232 de Trump.

G1
Portal Santo André em Foco

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