O Reino Unido vai proibir a venda de novos carros e vans movidos a gasolina e diesel a partir de 2030, cinco anos antes da promessa anterior, anunciou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
O premiê apresentou um plano de "revolução industrial verde", em que promete zerar as emissões de carbono do país até 2050 e "criar e sustentar" até 250 mil empregos em energia, transportes e tecnologia.
O plano de dez pontos do governo conservador também pretende desenvolver a energia eólica marinha, o hidrogênio para calefação e o carro elétrico, plantar milhares de hectares de árvores e transformar o país em líder mundial em captura e armazenamento de CO2.
A Alemanha anunciou nesta quarta-feira (18) até 5 bilhões de euros em ajuda do governo da premiê Angela Merkel (mais de R$ 30 bilhões) para o fomento de veículos elétricos (veja mais abaixo).
A "agenda positiva" do premiê britânico ocorre em meio à grave crise de Covid-19 pela qual o país passa (a mais mortal do continente) e a duras negociações comerciais do Brexit (nome dado à saída do Reino Unido da União Europeia).
O Reino Unido é o quinto país com mais mortes por Covid no mundo (52,8 mil), só atrás de Estados Unidos, Brasil, Índia e México, e o sétimo com maior número de casos.
O país deve sediar em 2021 a COP26, a conferência da ONU sobre o clima, em Glasgow.
"Agora é a hora de planejar uma recuperação verde com empregos de alta qualificação que deem às pessoas a satisfação de saber que estão ajudando a tornar o país mais limpo, mais verde e mais bonito", disse Johnson em uma coluna publicada no jornal "Financial Times".
O plano deve custar US$ 16 bilhões ao governo (cerca de R$ 85 bilhões) e até o triplo disso do setor privado, segundo o premiê.
Em 2019, o Reino Unido se tornou o primeiro país do G7 a aprovar uma legislação com a meta de zerar as emissões até 2050, o que exigirá mudanças generalizadas na maneira como os britânicos viajam, consomem energia e se alimentam.
€ 5 bilhões na Alemanha
Na Alemanha, a indústria automobilística receberá até 5 bilhões de euros em ajuda do governo (mais de R$ 30 bilhões) para superar crise causada pela pandemia e prosseguir com a transição para os veículos elétricos.
Após reunião com representantes da indústria, o governo Merkel anunciou que deseja prorrogar até 2025 o incentivo para a população comprar veículos elétricos, substituir caminhões antigos e instalar mais pontos de recarga.
"A indústria automobilística alemã passa por uma mudança estrutural de longo prazo, que gera desafios enormes para as empresas, regiões e trabalhadores", declarou o porta-voz do governo, Steffen Seibert. "As pequenas e médias empresas fornecedoras, em particular, devem ser apoiadas durante a transformação".
O governo alemão deseja que ao menos 25% dos postos de combustíveis tenham infraestrutura de recarga rápida até o fim de 2022, 50% até 2024 e 75% até 2026.
O setor automobilístico representa um quinto da indústria alemã e cerca de 5% do PIB e gerava mais de 800 mil empregos diretos antes da pandemia. A venda de veículos já despencou 23% no país no acumulado do ano.
G1
Portal Santo André em Foco
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