Tanto o Mercosul como a União Europeia (UE) tinham vontade de fechar um acordo comercial, e os dois lados entendiam que, se isso não fosse feito nesse momento, seria mais difícil no futuro.
Quem afirma são especialistas em relações internacionais.
Já houve, no passado, negociações entre essas partes para fechar um contrato que permitisse a intensificação do comércio.
Elas começaram em 1999, e demorou cinco anos para que uma proposta inicial com as tarifas que seriam baixadas fossem feitas, segundo Oliver Stuenkel, da Fundação Getulio Vargas.
Quando as ofertas foram de fato entregues, “nem Brasil nem Argentina tinham mais desejo [de firmar um contrato]; não havia consenso, nos governos, de que um tratado comercial seria vantajoso”.
Só houve novo avanço com Michel Temer, no Brasil, e Mauricio Macri, na Argentina.
Macri enfrenta eleições presidenciais neste ano, e para ele é interessante mostrar que poderia fechar um acordo importante antes da votação, de acordo com Stuenkel.
Em seu primeiro pronunciamento, Macri afirmou que o acordo é "um dos mais importantes da história".
Comissão Europeia quer deixar legado
“Agora havia uma janela de oportunidade: há governos com uma visão econômica mais liberal nos dois países e, do lado europeu, há um bom momento porque a Comissão Europeia está de saída, e quer deixar o acordo como legado.”
A alguns líderes europeus, interessa sinalizar que a expansão do comércio é uma possibilidade em um momento de disputas comerciais, afirma José Alfredo Graça Lima, vice-presidente do Cebri, que foi embaixador e o principal negociador comercial do Brasil entre 1998 e 2002.
“Uma mensagem dessas serve como alento para o Mercosul e para os europeus, que teriam a ganhar em acesso de produtos industriais e serviço, ainda que eu não conheça o teor exato do acordo firmado.”
A parte do governo brasileiro responsável pela economia tem pressa para mostrar que faz reformas liberalizantes também, diz Graça Lima.
“O ministro da economia [Paulo Guedes] falava, antes de assumir, de salvar a indústria a despeito dos industriais. Há um afã para fazer o acordo para enviar uma mensagens aos investidores, aos agentes que há uma estratégia de abrir a economia.”
G1
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