O presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Donald Trump, cumpriu sua ameaça e nesta quinta-feira (22) divulgou a entrevista gravada para o programa "60 Minutos" antes de ela ir ao ar na televisão americana.
A entrevista foi feita na segunda-feira (19), e Trump afirmou no dia seguinte que estava considerando "furar" o programa e publicar a entrevista "para fins de precisão" e "para que todos possam vislumbrar como a entrevista foi falsa e enviesada".
A ameaça foi feita após o presidente americano abandonar a entrevista no meio e atacar a apresentadora, Lesley Stahl, nas redes sociais. Ele interrompeu a entrevista na Casa Branca após cerca de 45 minutos e afirmou à equipe do canal de televisão CBS que acreditava que eles já tinham material suficiente.
Trump também se recusou a participar do segmento "walk and talk" do programa ("caminhar e conversar", em tradução livre), em que andaria pela Casa Branca ao lado do seu vice-presidente, Mike Pence, e da apresentadora.
Na terça-feira (20), o presidente publicou em uma rede social um vídeo de 6 segundos de Lesley Stahl em que a apresentadora aparece conversando sem máscara com duas pessoas dentro da Casa Branca. No post, Trump destacou que ela estava sem máscara e escreveu que há "muito mais por vir".
Segundo a imprensa local, o vídeo foi feito logo após a entrevista ser encerrada e Stahl havia usado máscara desde o momento em que entrou na Casa Branca até o início da gravação.
'60 Minutos'
O candidato democrata, Joe Biden, e a senadora da Califórnia Kamala Harris, sua candidata a vice, também foram entrevistados pelo "60 Minutos". A previsão era que todas as entrevistas fossem ao ar no mesmo programa, no domingo (25).
Enquanto Biden e Harris gravaram suas entrevistas separadamente, Trump e Pence apareceriam juntos, como fizeram quatro anos atrás. Mas, após encerrar a entrevista, o presidente dos EUA não voltou para a gravação com Pence.
Trump e Biden fazem nesta quinta-feira (22) o último debate antes de eleição presidencial de 3 de novembro. O G1 e a GloboNews vão transmitir o embate ao vivo a partir das 22 horas.
Trump no ataque
A menos de duas semanas das eleição e atrás nas pesquisas, o presidente americano iniciou uma ofensiva contra vários alvos: atacou Biden, a comissão de debates presidenciais e até Anthony Fauci, principal epidemiologista do país e conselheiro dos últimos seis presidentes americanos (inclusive do próprio Trump).
Como parte dos ataques, ele tentou ressuscitar suspeitas sobre Hunter Biden, filho de Joe Biden, e ligá-lo a negócios na Ucrânia e na China quando seu pai era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017).
O republicano também criticou a organização dos debates presidenciais nos EUA, que anunciou que vai cortar os microfones dos candidatos enquanto o adversário fala no encontro desta quinta. A medida foi tomada após críticas pelas interrupções do primeiro embate.
Na segunda, Trump chamou de "desastre" o Dr. Anthony Fauci e se referiu ao especialista e a outras autoridades de saúde como idiotas. Fauci é o maior especialista em doenças infecciosas dos EUA e trabalhou diretamente com Reagan, Bush pai, Bill Clinton, Bush filho, Obama e o próprio Trump.
Tentativas de desacreditar a imprensa
A entrevista de Trump para Lesley Stahl foi a terceira concedida à apresentadora. Além de 2016, quando ainda era candidato, o presidente americano conversou com a jornalista em outubro de 2018, também na Casa Branca.
A entrevistadora já disse no passado que Trump lhe confessou em 2016 que os ataques à imprensa eram uma estratégia. O então candidato à presidência dos EUA afirmou, em uma conversa não-gravada, que os ataques visavam desacreditar as histórias negativas sobre ele.
Segundo Stahl, Trump lhe disse: "Você sabe por que eu faço isso? Eu faço isso para desacreditar e rebaixar todos vocês, então, quando vocês escreverem histórias negativas sobre mim, ninguém vai acreditar em vocês".
G1
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