Evo Morales, o ex-presidente da Bolívia refugiado na Argentina desde dezembro de 2019, afirmou que ainda não tem data para retornar ao seu país.
No domingo (18), seu aliado político Luis Arce venceu a eleição presidencial.
"Meu retorno à Bolívia ainda não está programado", disse à Rádio El Destape, depois de o presidente argentino, Alberto Fernández, manifestar mais cedo seu desejo de acompanhá-lo.
Morales pediu aos seus concidadãos que mantenham a unidade e previu que a contagem final dará à Luis Arce uma vitória de mais de 55% dos votos nas urnas.
Entre os povos indígenas, a votação em Arce foi muito expressiva, de acordo com Morales: "Em uma comunidade indígena, chegamos aos 99% --na aldeia onde nasci, aos 99,2%".
A contagem oficial ainda não terminou, mas, por enquanto, Arce tem mais de 53% dos votos.
Eleições anuladas
Em outubro de 2019, Evo concorreu em eleições presidenciais e saiu vitorioso pela quarta vez. Naquela ocasião, uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que houve fraude.
Em novembro, Evo cancelou os resultados da votação. Horas depois, foi pressionado por militares a deixar o cargo. Ele se exilou no México e, em seguida, na Argentina.
Evo afirma que não houve fraude nas eleições de 2019. Para ele, a votação de domingo foi uma reação do povo nas urnas. "Votaram pelo respeito", disse ele.
O ex-presidente afirmou que, diante dos fatos de 2019, no domingo, "houve uma reação do povo boliviano nas urnas, nas quais votaram pelo respeito".
Críticas à OEA
"Não tem como ocultar o que aconteceu nas eleições", disse o ex-presidente, ao se referir às eleições de outubro de 2019. O ex-presidente boliviano criticou o secretário-geral da OEA, Luis Almagro. "Se Luis Almagro tivesse alguma ética e moral, deveria renunciar à OEA", afirmou Evo.
Almagro parabenizou Arce por sua vitória no domingo e lhe desejou "sucesso em seus trabalhos futuros", enquanto elogiou a "conduta cívica" do povo boliviano.
"A Organização dos Estados Americanos sempre defendeu a vontade popular na Bolívia, expressa por meio de eleições livres. Um dia como o de hoje é uma oportunidade para avançar na construção de um país mais inclusivo e tolerante", disse a OEA em comunicado.
France Presse
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