A China informou, nesta sexta-feira (18), que iniciou exercícios militares perto de Taiwan, que recebe a visita de um funcionário de alto escalão do governo dos Estados Unidos.
Os chineses ainda enviaram 18 aeronaves para sobrevoar a ilha. Caças de Taiwan foram acionados em resposta (veja mais abaixo).
Há mais de 70 anos a China continental (liderada pelo Partido Comunista) e a ilha de Taiwan (refúgio do Exército nacionalista chinês após a guerra civil de 1949) são administradas por dois regimes diferentes.
A ilha é considerada território chinês por Pequim. Por isso, o governo chinês se opõe a qualquer visita de líderes estrangeiros a Taipei.
Os EUA enviaram uma autoridade à ilha, o subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente, Keith Krach. Ele chegou a Taiwan na quinta-feira e deve participar de uma cerimônia em homenagem ao falecido presidente Lee Teng-hui no sábado.
Disputa de sobrevoos
Os 18 aviões chineses enviados a Taiwan são mais numerosos que os das aparições anteriores desse tipo, de acordo com Taipei.
O governo local mostrou um mapa da rota de voo dos aviões chineses na linha média do Estreito de Taiwan, que aeronaves de combate dos dois lados normalmente evitam atravessar.
O jornal taiwanês "Liberty Times" disse que caças de Taiwan foram acionados 17 vezes ao longo de quatro horas, alertando a Força Aérea chinesa a manter distância.
O jornal também mostrou uma foto de mísseis sendo instalados em um caça F-16 na base aérea de Hualien, no litoral leste de Taiwan.
Exercícios militares
"Hoje, o Exército iniciou exercícios de combate militar perto do estreito de Taiwan", que separa a ilha do continente, disse o porta-voz do Ministério chinês da Defesa, Ren Guoqiang, em entrevista coletiva.
"É uma operação legítima e necessária para garantir a soberania e a integridade territorial da China, e realizada em resposta à situação atual no Estreito de Taiwan", justificou.
O Exército chinês realiza manobras militares com frequência, mas costuma afirmar que não se dirigem a qualquer país específico. O fato de que, desta vez, tenha-se mencionado o território mostra a firmeza da mensagem.
"Aqueles que brincam com fogo vão acabar se queimando", alertou Ren Guoqiang, que denunciou a intenção de Washington de "jogar a carta de Taiwan para conter a China" e criticou Taiwan por querer "obter a ajuda de estrangeiros".
"Não vamos tolerar nenhuma interferência estrangeira", insistiu.
A viagem de Keith Krach ocorre apenas um mês após a visita à ilha do secretário americano da Saúde, Alex Azar. Nesta viagem, ele destacou a gestão taiwanesa da pandemia da covid-19, elogiada internacionalmente.
A tensão nas relações entre Pequim e Washington tem aumentado nos últimos meses, devido a questões como a situação das liberdades públicas em Hong Kong, o tratamento dado pelo governo chinês à minoria uigur, Covid-19, relações comerciais, ou o aplicativo TikTok.
Veja uma reportagem de 2017 sobre o pedido chinês para que não houvesse representantes de Taiwan na posse de Trump.
Agência Brasil
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