O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, oficializou sua renúncia na manhã desta quarta-feira (16) (horário local). Ele já havia anunciado sua intenção de desocupar o cargo no fim de agosto por motivos de saúde.
Abe sofre de colite ulcerativa crônica, uma doença que já o havia tirado do poder em uma outra ocasião, em 2007. Ele foi o chefe de governo do Japão a ocupar o cargo por mais tempo – foram quase oito anos no poder.
"Eu me dediquei de corpo e alma à recuperação econômica e à diplomacia para proteger o interesse nacional do Japão todos os dias desde que retornamos ao poder”, disse Abe em entrevista coletiva antes de sua última reunião de gabinete.
Novo premiê
A saída foi formalizada dois dias depois da eleição de Yoshihide Suga como líder do Partido Liberal Democrata (PLD). A vitória do atual secretário-geral do governo japonês abre caminho para que ele se torne o novo premiê do Japão após a aprovação do Parlamento.
O Parlamento japonês realizará uma sessão extraordinária na quarta-feira para nomear o novo primeiro-ministro. A Casa deve ratificar a indicação de Suga, porque o PLD tem maioria nas duas câmaras legislativas.
O próximo chefe de Governo do Japão terá que administrar uma série de desafios complexos. O país já estava em recessão antes da pandemia de Covid-19 e muitas conquistas da política econômica do atual primeiro-ministro estão em risco.
Abe se tornou conhecido no exterior pela estratégia de recuperação econômica, conhecida como "abenomics", na qual mesclava flexibilização monetária, grande reativação do orçamento e reformas estruturais.
O Japão é o terceiro país mais rico do mundo e o líder do governo tem o respeito e admiração dos seus pares, como ficou demonstrado no último grande evento internacional, o G-20, em Osaka, no ano passado e nas declarações de líderes mundiais lamentando a sua saída.
Os desafios diplomáticos do novo premiê também são importantes. Ele deve atuar para preservar a aliança com os Estados Unidos, fortalecida na gestão de Shinzo Abe.
A postura do Japão com relação à China deve chamar a atenção em um momento em que a opinião pública passou a ter uma postura mais rígida em relação a Pequim por causa da política empregada para conter a expansão do novo coronavírus e da atuação chinesa para reprimir distúrbios políticos em Hong Kong.
G1
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