Novembro 25, 2024

Com Trump como anfitrião, Israel assina acordos diplomáticos com Emirados Árabes e Bahrein

Na presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e representantes dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein, dois países árabes do Golfo Pérsico, assinaram acordos de normalização das relações diplomáticas nesta terça-feira (15).

Trump vê os acordos que ele intermediou entre os países do Oriente Médio como uma conquista em sua política externa e um impulso para sua campanha à reeleição. Aliados do mandatário americano esperam que a iniciativa melhore as credenciais do presidente como um pacificador, o que o ajudaria nas eleições de 3 de novembro.

Durante seu discurso, ele afirmou que outros países árabes vão firmar acordos semelhantes. "É um dia importante para o mundo", ele disse duas vezes.

Em inglês, Netanyahu fez um discurso de agradecimento. Agradeceu a Trump diversas vezes "pela liderança decisiva", e disse que o tratado é histórico para o mundo inteiro.

Ele citou a possibilidade de expandir o tratado para outros Estados árabes: "Vocês ouviram do presidente (Trump) que ele está alinhando com mais e mais países. Isso era inimaginável há uns anos".

O ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes, Sheikh Abdullah bin Zayed al-Nahyan, fez seu discurso em árabe. Ele também agradeceu a Trump e seus secretários.

Ao agradecer a Netanyahu, ele citou a interrupção da anexação de territórios palestinos.

Abdullatif Al Zayani, ministro de Relações Exteriores do Bahren foi o último a falar, e também expressou agradecimento a Trump, a quem ele atribui a assinatura do tratado.

Acordo trilateral
Netanyahu e os ministros de Relações Exteriores dos dois países árabes, além dos tratados bilaterais, assinaram também um acordo trilateral. As tratativas são chamadas de “Acordos de Abraão”, em homenagem ao patriarca das três principais religiões monoteístas do mundo.

Cerca de 700 convidados acompanharam a cerimônia nos jardins da Casa Branca. Entre eles, estavam representantes de nações apoiadoras do corpo diplomático em Washington, mas poucos enviados do exterior. A Autoridade Palestina pediu aos países árabes que boicotem o evento em Washington e convocou protestos.

Emirados Árabes e Bahrein se tornaram os primeiros países árabes a estabelecer relações diplomáticas com Israel depois do Egito, em 1979, e da Jordânia, em 1994.

Emirados Árabes
Em 13 de agosto, foi anunciado o acordo que prevê a normalização total das relações diplomáticas com os Emirados Árabes em troca da suspensão do plano israelense de anexar territórios palestinos embora tenha admitido na ocasião que os planos ainda estão na mesa.

A negociação foi selada em um telefonema entre Trump, Netanyahu e o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, o xeque Mohammed Bin Zayed.

Bahrein
Quase um mês depois, em 11 de setembro, os Estados Unidos anunciaram a aproximação de Bahrein com Israel. Assim como ocorreu com os Emirados Árabes, o acordo permitirá a normalização das relações diplomáticas e comerciais, entre outras áreas.

Céticos, incluindo muitos observadores de longa data do Oriente Médio, expressaram dúvidas sobre o impacto dos acordos e lamentaram que eles ignorem a posição palestina, segundo a Associated Press.

Oposição palestina
Os recentes acordos não foram bem recebidos pelas lideranças palestinas, que temem a perda de apoio nas disputas territoriais. A aproximação das duas nações do Golfo Pérsico com o estado judeu foi definida como uma espécie de “facada pelas costas” pelo Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza.

Até então, o status quo no mundo árabe era o de que as relações entre os países árabes e Israel só seriam normalizadas depois de um acordo de paz com os palestinos.

Atualmente, dois países árabes estão tecnicamente em guerra com o estado judeu: a Síria e o Líbano.

Isolamento palestino
Os palestinos, atualmente em conflito com Israel, encontram-se cada vez mais isolados, como mostra essa mudança de postura dos Estados do Golfo.

Há rumores de que outros países, como Sudão, Omã e Marrocos, poderiam seguir o exemplo dos Emirados e de Bahrein.

Israel se retirou da Faixa de Gaza em 2005, mas, desde então, os palestinos observaram um aumento do controle de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e a expansão de assentamentos israelenses nessas duas regiões.

G1
Portal Santo André em Foco

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