O ministro da Defesa da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, pediu perdão público nesta sexta-feira (11) pela brutalidade policial que custou a vida de um homem. O caso desencadeou protestos que deixaram 11 mortos.
Acompanhado dos comandos policiais, o ministro manifestou sua "dor e indignação" pela morte de Javier Ordóñez, de 43 anos, em um bairro do oeste de Bogotá na quarta-feira.
"A PolÃcia Nacional pede perdão por qualquer violação da lei, ou desconhecimento das normas, em que tenha incorrido qualquer um dos membros da instituição", declarou o ministro.
Morte de um advogado
A morte do advogado Javier Ordóñez, um advogado de 46 anos, pai de dois filhos, desencadeou os protestos. Ele foi preso por dois policiais, que o jogaram ao chão. Os agentes então lhe aplicaram choques com uma arma elétrica --alguns deles por vários segundos.
É possÃvel ouvir Ordóñez pedir "chega, por favor" repetidas vezes. Ele foi levado a um posto policial e, de lá, para uma clÃnica, onde faleceu.
A defesa da vÃtima afirma que os policiais "massacraram" Ordóñez a golpes, no posto policial para onde ele foi levado. Lá, foi submetido a repetidos choques com uma arma elétrica.
"Tenho as fotos de como a vÃtima ficou. Javier foi massacrado. Cometeu-se um crime de homicÃdio agravado e um delito de tortura pelo menos, um abuso de autoridade", declarou o advogado Vadith Gómez à Blu Rádio.
Sem certificado de óbito
O certificado de óbito não foi revelado, mas veÃculos da imprensa local disseram ter dito a informações que confirma a declaração do advogado da defesa.
Enquanto avança a investigação penal na Procuradoria, a polÃcia abriu um processo interno contra dois agentes "pelo suposto delito de abuso de autoridade e de homicÃdio", acrescentou Holmes Trujillo.
Também "se decidiu suspender outros cinco policiais", completou.
A morte de Ordóñez, um engenheiro que estava perto de concluir seus estudos de Direito, deflagrou violentos protestos contra a violência policial que deixaram 11 mortos, além de desencadear uma onda de ataques contra postos de polÃcia em Bogotá.
Iniciados na quarta-feira, os protestos ontem se espalharam para outras cidades, como Cali e MedellÃn, onde também houve fortes confrontos entre manifestantes e policiais.
União Europeia critica brutalidade policial
Esses recentes episódios de brutalidade policial na Colômbia devem ser alvo de uma investigação "profunda e rápida", defendeu o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, nesta sexta.
"Todo uso excessivo da violência por parte daqueles que são responsáveis por proteger os cidadãos deve ser profunda e rapidamente investigado", afirmou Stano, em um breve comunicado.
Ele também mencionou a adoção de "medidas institucionais" para evitar a repetição dos fatos, "em conformidade com a Constituição da Colômbia e com os padrões internacionais".
"Apoiamos os apelos a todas as partes para que mantenham a paz e a calma e construam confiança, para evitar uma escalada", completou.
Stano disse ainda que "o direito ao protesto pacÃfico é essencial a toda democracia e começa com uma recusa inequÃvoca de qualquer ato de vandalismo e violência que se proponha a gerar medo e desordem".
G1
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