A polícia de Salt Lake City, no estado americano de Utah, anunciou na terça-feira (8) que investiga o caso de Linden Cameron, um menino de 13 anos com autismo baleado por policiais.
Os relatos iniciais dos agentes de segurança diziam que o garoto estava armado e ameaçando outras pessoas. Ao ser abordada, a criança correu — e, aí, diz a corporação, um policial o baleou. No entanto, segundo o jornal "Salt Lake Tribune", nenhuma arma foi encontrada com Linden. O caso aconteceu na sexta (4).
Além disso, a mãe do menino, Golda Barton, disse à imprensa local que chamou a polícia porque precisava de ajuda de especialistas em intervenção de crise para contê-lo durante um surto. Ela disse que o filho estava desarmado e que ele não sabia controlar o próprio comportamento.
"Eu disse que ele estava desarmado e que não tinha nada, ele só fica alterado e começa a gritar. Ele é uma criança e tenta chamar atenção, e ele não sabe como regular isso", disse a mãe à emissora KUTV.
Barton explicou que a polícia tem um grupo de especialistas em lidar com crises relacionadas à saúde mental. "Eles geralmente são capazes de acalmar uma situação dessas usando o mínimo possível de força", afirmou.
Ainda de acordo com a mãe, dois policiais chegaram à casa e ordenaram que Linden deitasse no chão. Aí, ela ouviu os agentes de segurança atirarem mais de uma vez.
O menino se recupera no hospital em estado considerado grave. Ele teve ferimentos nos ombros, no tornozelo, nos intestinos e na bexiga, segundo a mãe.
A prefeita de Salt Lake City, Erin Mendenhall, disse no domingo que a ação policial foi uma tragédia e pediu investigação rápida e transparente.
Outros casos
O caso em Utah se soma a outras ocorrências de violência policial nos Estados Unidos contra pessoas em situação de saúde vulnerável.
Na semana passada, veio à tona a morte por sufocamento de Daniel Prude no estado de Nova York. Ele, um homem negro que sofria de distúrbios mentais, teve uma espécie de capuz colocada sobre a cabeça durante abordagem. Assim como no caso de Linden Cameron, a própria família chamou a polícia para tentar socorrê-lo, e não para que fosse detido.
No caso de Prude, pesou ainda a questão racial: os Estados Unidos vivem desde maio uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial motivada por raça.
G1
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