As eleições parlamentares da Venezuela serão boicotadas por 27 partidos de oposição ao regime de Nicolás Maduro, marcadas para o dia 6 de dezembro. O anúncio foi feito no domingo (2) em um texto publicado no site da Assembleia Nacional.
Representantes dos partidos contrários ao regime de Maduro já haviam dito que não iriam participar, mas agora eles formalizaram um documento com a decisão.
O grupo chama as eleições de fraude eleitoral, e diz que Maduro violou o direito do povo venezuelano de eleger seus representantes.
Entre os 27 partidos que assinam o documento estão quatro que são considerados mais fortes, onde estão líderes como Leopoldo López e Henrique Capriles.
As eleições de dezembro, de acordo com o texto, "só busca favorecer os interesses do regime contra o dos venezuelanos".
Além de boicotar as eleições, eles pedem para que a comunidade internacional rechace os resultados das eleições.
Eles dizem que não se trata de abstenção, porque o pleito que acontecerá em dezembro "não é uma eleição".
"Somos democratas e acreditamos na unidade nacional. Por isso decidimos não colaborar com a estratégia da ditadura e convocar todas as forças sociais e políticas do país para a reconstrução de um novo pacto unitário e uma nova ofensiva democrática", afirma o texto.
Que eleição são essas?
A Assembleia Nacional é o único poder da Venezuela controlado pela oposição. Em dezembro de 2015, os partidos críticos ao governo conquistaram 112 de 167 assentos do Parlamento, quebrando 15 anos de hegemonia chavista.
As eleições para escolher os novos representantes foi anunciada em julho deste ano pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), de orientação governista, nomeou a diretora do CNE em 12 de junho e declarou a omissão do Legislativo.
O CNE anunciou que haveria um aumento de 66% dos assentos da unicameral Assembleia Nacional, de 167 a 277, em função "do aumento demográfico da população".
Essa não é a primeira vez que a oposição da Venezuela se recusa a participar de eleições. Em 2018 foi feito o mesmo --naquele ano, a votação terminou com o triunfo de Maduro.
G1
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