O presidente peruano, Martín Vizcarra, convocou nesta quarta-feira (8) eleições presidenciais e legislativas conjuntas para abril do próximo ano, para as quais não concorrerá, o que marca o início formal do processo eleitoral de cinco anos no Peru.
"Cumprindo meu compromisso, mostro aqui o decreto que convoca eleições gerais para 11 de abril de 2021 para eleger um presidente, vice-presidentes do Congresso e representantes peruanos para o Parlamento andino", anunciou Vizcarra durante uma declaração transmitida pela televisão a partir do Palácio do Governo.
O presidente assinou o decreto supremo de convocatória às eleições, e anunciou que será publicado nesta quinta-feira no jornal oficial "El Peruano".
"Estamos dentro do prazo da lei. Teremos daqui a um pouco mais que nove meses, uma mudança de autoridades", ressaltou.
Vizcarra afirmou que "o Peru já passou pelos tempos das incertezas sobre a existência ou não da continuidade democrática", e evocou seu compromisso de terminar seu mandato no prazo estabelecido por lei, em 28 de julho de 2021, data em que o país celebra o bicentenário.
O governante lembrou que se tornou presidente em março de 2018, depois de ter sido vice-presidente de Pedro Pablo Kuczynski, que renunciou ao cargo, após o escândalo de corrupção relacionado à construtora Odebrecht.
Durante seu discurso, Vizcarra reiterou que a periodicidade das eleições não deve ser alterada por "crises políticas, pandemia ou qualquer fator externo".
A convocatória para as eleições ocorre no dia seguinte ao de uma comissão do Congresso começar a debater uma proposta para realizar as eleições em maio do próximo ano, em vez de abril, em referência a supostos riscos à saúde.
O Peru é o segundo país com mais casos do novo coronavírus na América Latina, atrás somente do Brasil, com mais de 312.911 pessoas infectadas, e é o terceiro em mortes, com 11.133, depois do Brasil e do México.
O sistema eleitoral peruano prevê que a eleição presidencial seja definida em dois turnos se o vencedor não conseguir mais do que 50% dos votos, enquanto o Parlamento é escolhido em um único turno. O mandato é de cinco anos.
Vizcarra, que carece de partido e bancada legislativa, é proibido por lei de se apresentar. Ele também negou a ambição de concorrer às eleições de 2021.
France Presse
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